"Este valor tanto pode ser superior ou inferior dependendo daquilo que possa ser o dano na rede de estradas. Existem secções críticas e cíclicas onde se verificam estes fenómenos de cheias, alagamentos e alguma transitabilidade condicionada, mas estamos em prontidão", disse Dade Mendes, delegado da ANE na província de Maputo, citado hoje pela Rádio Moçambique.

Segundo Mendes, para além do valor que poderá ser aplicado para a reposição da transitabilidade em caso de degradação e corte de estradas, já foram contactados empreiteiros para ajudar em casos de emergências.

"Estamos em prontidão e se as chuvas nos pouparem não teremos situações graves, mas temos os empreiteiros que já estão sensibilizados, incluindo os técnicos da ANE e da fiscalização provincial", explicou o delegado.

A última época de chuvas em Moçambique, 2023-2024, afetou cerca de 240 mil pessoas, destruindo totalmente mais de 1.800 casas, segundo dados apresentados em junho pelo Governo.

Entre 2019 e 2023, eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) a que a Lusa teve acesso.

No relatório de Indicadores Básicos do Ambiente de 2023, o INE detalha todos os eventos extremos desde 2019, e respetivas consequências, acrescentando que estes provocaram, ainda, no mesmo período de quatro anos, 2.936 feridos.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetado pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

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