
O cardeal cabo-verdiano Arlindo Furtado lamentou hoje a morte do Papa Francisco, considerando que deixa "um legado inesquecível" e de grande influência no processo de reforma da Igreja Católica.
"É um momento de muita dor e muita perda porque se trata de um dos grandes homens que tivemos a dirigir a Igreja nos últimos tempos, mas deixa um legado inesquecível e impactante para a reforma e o papel na Igreja e no mundo", afirmou Arlindo Furtado, citada pela Rádio de Cabo Verde (RCV).
O cardeal disse que a notícia não o surpreendeu, tendo em conta o estado de saúde do Papa.
Arlindo Furtado destacou Francisco como "um dos grandes reformadores da Igreja", alinhando-o com o espírito do Concílio Vaticano II, iniciado por João XXIII, no início da década de 1960.
"O Papa Francisco procurou aplicar as resoluções do Vaticano II, que prepararam a Igreja para a sua missão no mundo moderno, com todas as suas exigências, injustiças, disparidades e contradições", acrescentou.
O cardeal revelou ainda ter alimentado a esperança de uma visita do Papa a Cabo Verde, que chegou a ser equacionada, mas acabou por não se concretizar.
O Papa Francisco morreu hoje, anunciou o Vaticano, através do cardeal Kevin Farrell.
"Às 07:35 desta manhã [06:35 em Lisboa], o bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja", disse o camerlengo Farrell, no anúncio.
Francisco morreu aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.
Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
O Papa esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.
A sua última aparição pública aconteceu no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.