João Conceição é um dos seis arguidos contra os quais o Ministério Público anunciou, esta segunda-feira, acusações por crimes de corrupção, no caso EDP. O administrador da REN diz à SIC que não vai demitir-se e vai aguardar o parecer da Comissão de Ética da empresa, a quem deu ontem conhecimento que foi acusado por corrupção no caso EDP.
A comissão de ética da REN vai avaliar a situação de João Conceição, depois de o administrador ter sido acusado de corrupção, no âmbito do caso EDP.
“O administrador e membro da comissão executiva da REN (...) João Faria Conceição comunicou a esta sociedade que (...) foi contra si deduzida acusação pelo Ministério Público por um crime de corrupção passiva. (…) A Comissão de Ética e Governo Societário da REN irá reunir para apreciar a situação”, adianta a empresa, em comunicado.
Do leque de acusados fazem também parte António Mexia e João Manso Neto, ex-líderes do Grupo EDP, Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, Rui Cartaxo, antigo assessor no Ministério da Economia, e Miguel Barreto, ex-diretor-geral da Energia.
O Ministério Público alega que o Estado terá sido lesado em 840 milhões de euros, mediante benefícios para a EDP, neste caso de corrupção.
“Os factos ocorreram entre 2006 e 2014 e, em síntese, relacionam-se com a transição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) para os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), designadamente com a sobrevalorização dos valores dos CMEC, bem como com a entrega das barragens de Alqueva e Pedrógão à Eletricidade de Portugal (EDP) sem concurso público e ainda com o pagamento pela EDP da ida de um ex-ministro para a Universidade de Columbia dar aulas", informou o Ministério Público.
Segundo a acusação, está ainda em causa o facto de Manuel Pinho, então ministro da Economia, ter apoiado a “nomeação de outro arguido como presidente executivo da EDP” e favorecido “indevidamente essa empresa, mediante contrapartidas”.
“Ao acordo, que para o efeito ambos fizeram, vieram a aderir os restantes arguidos, que o concretizaram também mediante contrapartidas", concluiu a acusação.