O Governo tem apenas seis interessados na abertura de ‘centros de saúde privados’ até agora. Segundo dados avançados pelo Observador, em meio ano, até meados de fevereiro, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) registou apenas seis candidaturas.

A meia dúzia de interessados fica bastante aquém das 41 manifestações de interesse entregues na primeira fase, até ao final do ano passado, e até para a oferta disponível nos planos do Governo: abrir 20 unidades de saúde familiar modelo C (USF-C), metade na região de Lisboa e as restantes em Leiria e no Algarve, com cinco cada. Ou seja, três área do país com mais de 75% da população sem médico de família.

No formulário online disponibilizado pela ACSS para as candidaturas, é pedida já uma possível data para início de atividade e até a constituição da equipa clínica. Estes requisitos criam alguma dificuldade, mas a aparente falta de atratividade das USF-C para os setores social, sobretudo para as misericórdias, e para os privados é justificada com outros requisitos impostos. O mais importante: o valor que o Estado vai pagar.

USF-C 45% mais baratas

A proposta em cima da mesa é para que as USF-C custem menos 45% do que as unidades do modelo B. Dito de outra forma, que prestem cuidados por 55% daquilo que é pago aos centros de saúde de nova geração: 50 euros segundo o Observador. Haverá depois outras variáveis a somar, associadas ao desempenho e ao número de utentes.

No terreno, da parte dos profissionais não há grande interesse, pois as condições nas USF-B são mais atrativas. É preciso investimento inicial, por exemplo para as infraestruturas, e os grupos de saúde, à semelhança das parcerias público-privadas para os hospitais, serão os mais aptos. Ao Observador, “fonte oficial do Ministério da Saúde explica que o estudo financeiro da ACSS, que serve de base aos valores de pagamento propostos, ainda poderá ser alterado”, ainda assim, sem “sofrer mudanças significativas.