Milhares de pessoas manifestaram-se, neste sábado, em Valência, Espanha, contra o que classificaram como "gestão caótica" das cheias que, na semana passada, causaram mais de 220 mortes naquela cidade.
Na praça central do município, uma das poucas zonas que escaparam aos efeitos da tempestade, milhares de pessoas reuniram-se para exigir respostas do presidente do governo de Valência.
As queixas e as dúvidas sobre a forma como foram dados os alertas para a catástrofe levam os valencianos a culpar também o Governo central. Queixam-se que os primeiros avisos à população só chegaram por mensagem numa altura em que já havia localidades alagadas.
Quem é de Valência, mas vive noutras cidades espanholas, também saiu à rua. Em Madrid, houve grandes concentrações no centro da capital.
A responsabilidade pelo envio dos alertas é das autoridades autonómicas, neste caso da Comunidade Valenciana. Numa altura em que há um passa-culpas do Governo regional para o central, Pedro Sánchez diz que não é tempo de apurar responsabilidades, porque primeiro é preciso conter os danos da tragédia.
Tensão entre grupo de manifestantes e polícia na manifestação em Valência
A jornalista da SIC no terreno relatou a tensão entre um grupo de manifestantes e a polícia, após terem começado a mandar lama e a pintar as paredes do palácio do governo valenciano.
Gritando "assassinos", os manifestantes criticaram o presidente da região de Valência, Carlos Mazón, e o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, por terem subestimado os riscos e coordenado mal os esforços de socorro, após as cheias de 29 de outubro.