O responsável indicou que a situação afeta as escolas públicas, "em todas as regiões" da Guiné-Bissau.
Domingos de Carvalho afirmou que a "situação é incompreensível" quando mais de 700 professores na região escolar de Bissau estão fora do sistema educativo devido à política do Governo que rejeita a inscrição no sistema de novos docentes.
"O Governo do primeiro-ministro Rui de Barros, que é de iniciativa do Presidente da República, tem dito ao povo da Guiné-Bissau que as aulas estão a funcionar normalmente. Nós podemos afirmar que as aulas não estão a funcionar nas escolas publicas", observou o líder do maior sindicato de professores guineenses.
Domingos de Carvalho observa que a falta de professores "afeta mais" as crianças do primeiro ao sexto ano em toda a Guiné-Bissau e afirmou que "a situação deverá piorar" com a reforma, "brevemente" de 187 professores, por limite de idade.
No passado mês de setembro, o Sinaprof entregou ao Governo, organizações da sociedade civil, líderes religiosos e parceiros internacionais que apoiam o setor educativo um documento que denominou "Manifesto de Indignação".
O líder do Sinaprof disse o documento "espelha bem" a situação do setor educativo guineense, nomeadamente salários em atraso, falta de condições de trabalho, de higiene e segurança nas escolas públicas, falta de pagamento de vários subsídios, ausência de inspetores e insuficiência de professores.
Domingos de Carvalho notou que o sindicato "tem ponderado muito" e que é chegada a altura de "dizer basta".
"Esgotados todos os mecanismos de pressão, o Sinaprof não tem mais outro meio que não seja decretar greve geral. No dia dois de dezembro entregamos um caderno reivindicativo", adiantou o sindicalista para avisar que "2025 será um ano de muita luta sindical".
Domingos de Carvalho apela aos professores para que não se "deixem enganar" e exortou-os a prepararem-se para greves "no início do ano".
MB // ANP
Lusa/Fim