Intitulado "Atualização Humanitária do Sudão", o relatório refere que mais de metade da população do Sudão (25,6 milhões de pessoas) enfrenta atualmente fome aguda, incluindo mulheres grávidas e crianças, com "consequências fatais ou para toda a vida".

O OCHA partilha a opinião da Rede de Sistemas de Alerta Rápido contra a Fome (FEWS Net) de que o que causa atualmente esta situação naquele país são as crescentes hostilidades devido à guerra que eclodiu em abril de 2023, os preços elevados e crescentes e a devastação causada pelas fortes chuvas e inundações.

Normalmente a escassez de alimentos melhora depois de setembro, após a estação das chuvas.

Segundo o relatório da ONU, o país africano "continua a entrar numa espiral de caos" e a falência do sistema de saúde deteriorou ainda mais a situação.

O OCHA alertou para a situação em que estão cerca de cinco mil crianças no campo de refugiados de Zamzam, que desde outubro passado não recebem tratamento médico porque tanto as milícias paramiliatres Forças de Apoio Rápido (FAR) como o exército bloquearam a chegada de alimentos, medicamentos e "outros bens essenciais".

Atendendo à deterioração do sistema de saúde, o OCHA advertiu também que "o risco de surtos de doenças evitáveis por vacinação é o mais elevado desde o início do conflito, em meados de abril".

"O programa de vacinação infantil está a deteriorar-se e as doenças infecciosas estão a espalhar-se por todo o país", referiu.

O OCHA lembrou que cerca de 11,2 milhões de pessoas foram deslocadas dentro e fora do Sudão desde abril de 2023, quando a guerra começou.

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