Cerca de 85% dos gronelandeses não querem deixar a união com a Dinamarca para passarem a fazer parte dos Estados Unidos, segundo uma sondagem divulgada esta quarta-feira.

A sondagem surge na sequência da polémica em torno do interesse do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em adquirir este território.

Na sondagem, publicada pelo diário dinamarquês Berlingske e pelo diário da Gronelândia Sermitsiaq, apenas 6% querem que a ilha do Ártico passe a pertencer aos EUA, com 9% de indecisos.

Quase metade dos inquiridos vê o interesse de Donald Trump na Gronelândia como uma possibilidade, enquanto um número semelhante o vê como uma ameaça.

O inquérito foi realizado entre 22 e 26 de janeiro e baseia-se em 497 entrevistas 'online' a adultos na Gronelândia, que tem uma população de cerca de 57.000 habitantes numa área de mais de dois milhões de quilómetros quadrados (80% permanentemente coberta de gelo).

A Gronelândia tem estado sob os holofotes nas últimas semanas depois de Donald Trump ter dito que a aquisição da ilha é uma necessidade estratégica para os Estados Unidos e que não descarta ações estratégicas ou sanções económicas contra Copenhaga se não for vendida.

Tanto o governo regional como o dinamarquês sublinharam nas últimas semanas que serão os gronelandeses a decidir o seu futuro, mas mostraram-se abertos a aumentar a cooperação em matéria de defesa e economia com os Estados Unidos, tendo em vista a riqueza mineral do subsolo da Gronelândia.

Desde 2009, a Gronelândia goza de um novo estatuto de autonomia que reconhece o seu direito à autodeterminação.

A maioria dos partidos e a população apoiam a separação da Dinamarca, mas metade do orçamento da ilha depende da sua ajuda anual.