A China registou um valor recorde de exportações em 2024, segundo dados oficiais divulgados esta segunda-feira, numa altura em que a chegada ao poder do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, suscita receios de renovadas tensões comerciais com Washington.
"O montante das exportações ultrapassou, pela primeira vez, os 25 mil milhões de yuan (mais de três mil milhões de euros), um aumento de 7,1%, em relação ao ano anterior", anunciou a cadeia televisiva CCTV, após uma conferência de imprensa do Conselho de Estado chinês (Executivo).
As exportações em 2024 foram um dos poucos indicadores positivos para a economia chinesa, paralisada desde o fim da pandemia por um consumo débil e uma crise persistente no setor imobiliário.
As importações ascenderam a 18,39 mil milhões de yuan (mais de dois mil milhões de euros), mais 2,3% do que no ano anterior, segundo a CCTV.
No total, o comércio externo da China aumentou 5% em 2024, em comparação com o ano anterior, atingindo 43,85 mil milhões de yuan (5,84 mil milhões de euros), um nível recorde.
Donald Trump prometeu aumentar até 60% as taxas alfandegárias sobre as importações chinesas, assim que tome posse, no próximo dia 20 de janeiro, medidas que poderão limitar o comércio externo da China.
As alfândegas do país asiático também apresentaram hoje dados do comércio externo denominados em dólares, utilizados como referência pelos analistas internacionais e que normalmente divergem dos registados na moeda chinesa, devido às flutuações cambiais.
Em dezembro, as exportações da China cresceram a um ritmo mais rápido do que o esperado, uma vez que as fábricas se apressaram a concluir as encomendas para os Estados Unidos, face à incerteza sobre o aumento das taxas nos próximos meses.
As exportações em dezembro cresceram 10,7%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
As importações também superaram as estimativas e cresceram 1%. Os analistas esperavam que as importações encolhessem cerca de 1,5%, em termos homólogos.