O projeto da Grande Baía visa criar uma metrópole mundial, focando-se em áreas como os transportes, segurança, educação, comércio, turismo, áreas jurídicas e culturais, entre outras, a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove cidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com mais de 68 milhões de habitantes e que em 2016 representou 12,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da China.

Até 2022, o objetivo passa por aumentar substancialmente a cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau, com vista a reforçar o desenvolvimento na região, informou a agência oficial chinesa Xinhua, relativamente às "Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau", documento escrito em chinês.

De acordo com a Xinhua, as linhas gerais estabelecem ainda, como metas de longo prazo (até 2035), que a Grande Baía deve reforçar o seu desenvolvimento económico através da inovação e da tecnologia, de forma a tornar-se mais competitiva e com "influência internacional".

"As Linhas Gerais são uma confirmação histórica da política nacional de reforma e abertura dos últimos 40 anos", sublinhou o chefe do executivo de Macau, Chui Sai On, num comunicado de reação ao anúncio de Pequim.

"As Linhas Gerais testemunham o marco e o símbolo da reforma de abertura na nova era", acrescentou Chui Sai On, que vai chefiar uma comitiva de cerca de 50 dirigentes do território, a Hong Kong, na quinta-feira, para a cerimónia de divulgação oficial deste ambicioso projeto chinês.

De acordo com o Governo de Macau, as linhas apresentadas por Pequim, para as regiões envolvidas no projeto, são orientadas "por valores ecológicos, tecnológicos e culturais", capazes "de liderar a tendência dos tempos".

Estas medidas, segundo o chefe do executivo de Macau, têm como objetivo formar "um suporte sólido" para a concretização da iniciativa internacional de Pequim "Uma Faixa, Uma Rota", proposta em 2013 pelo Presidente chinês e que tem como objetivo reforçar as ligações e dinamizar o comércio entre várias economias da Ásia, do Médio Oriente, da Europa e de África, através do investimento em infraestruturas.

Macau ficará responsável por se posicionar enquanto centro mundial de turismo e lazer, enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, explicou Chui Sai On, anunciando que foi atribuída uma outra missão a Macau: "promover a coexistência das diversas culturas, com predominância da cultura chinesa".

O Governo central e o do território, sustentou Chui Sai On, partilham "um objetivo comum que é o de tornar Macau no elo de ligação entre a China e o mundo".

A China quer ainda que a Região Administrativa Especial de Macau invista no mar. Em dezembro de 2015, por determinação do Conselho de Estado chinês, Macau passou a ter, pela primeira vez, jurisdição sobre 85 quilómetros quadrados de águas marítimas.

"Nestas Linhas Gerais está claramente expresso o apoio a Macau na elaboração científica do plano de desenvolvimento das zonas marítimas a médio e longo prazo, no sentido do desenvolvimento de diversas indústrias, designadamente o turismo marítimo, a tecnologia marítima e a biologia marítima", referiu o chefe do executivo de Macau.

MIM // PJA

Lusa/Fim