Uma equipa de médicos em Deli, na Índia, realizou uma cirurgia rara que mudou a vida de um adolescente de 17 anos. O rapaz sofria de uma condição extremamente rara, um gémeo "parasita" preso ao abdómen. Trata-se de um caso em que um feto não viável ou malformado é absorvido pelo feto do seu gémeo com desenvolvimento normal.

Este tipo de caso é tão raro que ocorre em menos de um a cada 100.000 nascimentos, segundo a BBC.

O gémeo parasita apresentava pélvis e membros completamente formados, incluindo duas pernas, nádegas e genitais. Os membros pesavam cerca de 15 quilos e estavam ligados ao corpo do jovem através de uma artéria. Apesar de ser um parasita, o gémeo podia sentir dor, toque e mudanças de temperatura, o que aumentava a complexidade do caso.

A cirurgia para remover o "parasita" demorou duas horas e foi feita no hospital Aiims, em Deli. Asuri Krishna, que liderou a equipa de médicos, revelou que este tipo de operação é pouco comum e que, no mundo, só existem entre 40 a 50 casos documentados. A maioria das cirurgias é feita em crianças.

Antes da cirurgia, segundo a BBC, os médicos realizaram exames para avaliar como estavam conectados os gémeos. Descobriram que o gémeo parasita estava preso ao esterno do adolescente e que recebia sangue através de uma artéria. Os médicos verificaram ainda que não havia muita conexão com órgãos vitais, como fígado e rins. Além disso, foi encontrado um grande quisto no abdómen do jovem.

A cirurgia foi feita em duas etapas. Na primeira, os médicos removeram o gémeo parasita e, em seguida, extraíram o quisto. Durante a operação, a pressão arterial do adolescente chegou a cair, porque uma parte do sangue fluía para o gémeo. Mas a equipa médica estava preparada para o risco e conseguiu estabilizar o jovem.

Depois da cirurgia, o adolescente ficou no hospital durante quatro dias até receber alta. Neste momento, o jovem está bem. Antes da operação, enfrentava muitas dificuldades devido à aparência. Era alvo de piadas na sua cidade natal, Unnao, Uttar Pradesh. Isso fez com que se isolasse e deixasse a escola. Agora, o rapaz está entusiasmado e quer estudar, trabalhar e levar uma vida normal.