Para a Plataforma Republicana, o início do mandato do Presidente da República foi oficialmente confirmado pelo Supremo Tribunal de Justiça a 04 de setembro de 2020 e essa é a data que considera para a contagem dos cinco anos, apesar de a tomada de posse ter ocorrido a 27 de fevereiro de 2020.

Esta coligação reúne 15 partidos, incluindo as alas do Madem-G15 e do Partido de Renovação Social (PRS) apoiantes do Presidente da República, enquanto as lideranças deste partidos, nomeadamente Braima Camará e Fernando Dias, respetivamente, se associaram noutra coligação, a Aliança Patriótica Inclusiva (API) "Cabas Garandi", contrária ao regime presidencial.

Na coligação Plataforma Republicana encontra-se, também, o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), liderado por Botché Candé, atual ministro do Interior do Governo de iniciativa presidencial.

Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento de maioria da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em dezembro de 2023, e nomeou um Governo de iniciativa presidencial.

O chefe de Estado marcou eleições legislativas para novembro de 2024, que foram adiadas alegando falta de condições, promoveu audiências com agentes políticos e institucionais, mas ainda não anunciou nova data para legislativas.

As coligações agora na oposição, API e PAI-Terra Ranka, reclamam a marcação de eleições, legislativas e presidenciais, alegando que o mandato do Presidente termina a 27 de fevereiro, data em que se completam cinco anos da tomada de posse de Sissoco Embaló.

Para a Plataforma Republicana, a posição das outras duas coligações é "descabida, descontextualiza e manipuladora" e visa lançar "confusão" junto das comunidades guineense e internacional.

A coligação reafirma, em comunicado divulgado hoje, o apoio ao Presidente, Sissoco Embaló, e acompanha a posição de que o mandato só termina a 04 de setembro, data da sentença judicial sobre o recurso do adversário Domingos Simões Pereira, líder da PAI-Terra Ranka e do PAIGC, acerca dos resultados eleitorais das presidenciais de 2019.

A Plataforma Republicana defende ainda que a marcação das eleições "é uma prerrogativa exclusiva do Presidente da República" e condena o uso das siglas dos partidos por parte das alas do Madem-G15 e do PRS contrárias ao chefe de Estado.

A coligação elogia "os esforços do Presidente da República na promoção da paz, unidade nacional e na resolução de desafios sociais e políticos" e exorta o chefe de Estado "a prosseguir com as reformas e esforços para transformar o país".

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