"É necessário uma cooperação forte com os Estados-membros e parceiros internacionais para combater as frotas 'fantasma' e assegurar a segurança marítima e ambiental", afirmou o comissário, em conferência de imprensa à margem do lançamento da segunda edição do Relatório Ambiental Europeu sobre o Transporte Marítimo, na Agência Europeia para a Segurança Marítima (EMSA, na sigla em inglês), em Lisboa.
Questionado sobre o aumento do tráfego de navios russos na costa portuguesa, Apostolos Tzitzikostas disse que a Comissão Europeia está a acompanhar de perto a situação.
"É um desafio significante monitorizar estes navios, que estão muitas vezes envolvidos nestas 'frotas negras', navios que são usados pela Rússia para contornar sanções", apontou o comissário.
Na semana passada, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) renovaram 15 pacotes de sanções já impostos à Rússia na sequência da invasão da Ucrânia, há quase três anos, e que iriam caducar em 31 de janeiro.
As autoridades europeias suspeitam que a Rússia utilize a sua chamada "frota fantasma", com que tenta tornear as sanções ocidentais no comércio de combustíveis, em ações de sabotagem de cabos submarinos.
"Isto é algo que tem acontecido muito nas últimas semanas e a União Europeia não está disposta a aceitar esta situação, por isso tomaremos medidas", vincou Apostolos Tzitzikostas.
Quanto ao relatório sobre o impacto ambiental do transporte marítimo europeu, hoje apresentado, o comissário considerou-o um instrumento crucial para governos e intervenientes do setor do transporte marítimo perceberem quais são os desafios e como agir para os ultrapassar.
O documento aponta que o setor do transporte marítimo, responsável por 3% a 4% do total das emissões poluentes na UE, deve dobrar os esforços para atingir as metas climáticas europeias.
Para tal, o relatório aponta como chave a extensão do sistema de troca das quotas de emissões ao transporte marítimo, com fixação de preço para os gases poluentes emitidos pelos navios.
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