"[O CNDS] apelou para que as Forças de Defesa e Segurança [FDS] continuem a privilegiar o diálogo com a população e que a sua atuação priorize a proteção da vida e dos bens dos moçambicanos", lê-se num comunicado da Presidência de Moçambique, enviado à comunicação social, após uma reunião extraordinária do órgão em Maputo, dirigida pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi.

O Conselho de Defesa e Segurança reconheceu o direito constitucional à manifestação, mas deplorou o envolvimento de crianças nos protestos, o entrave ao funcionamento de instituições, livre circulação de pessoas e bens e a "tentativa velada de subversão da ordem democrática legitimamente instituída".

As manifestações, referiu, tiveram "consequências desastrosas" para a economia moçambicana, pedindo que as autoridades identifiquem os responsáveis pelos atos para a "devida responsabilização".

"O órgão endereçou sentidas condolências às famílias que perderam os seus entes queridos como resultado das manifestações e solidariza-se com os empresários cujos empreendimentos foram vandalizados ou saqueados", refere-se ainda no documento, no qual o CNDS saudou as FDS pela "postura e sentido de Estado" demonstrados durante os protestos, que concorreram para o restabelecimento da segurança e tranquilidade pública.

Moçambique, e sobretudo Maputo, a capital, viveram paralisações de atividades e manifestações convocadas desde 21 de outubro por Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, que dão vitória a Daniel Chapo e à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder).

O Ministério Público moçambicano já instaurou 208 processos-crime para responsabilizar os autores "morais e materiais" da violência nas manifestações pós-eleitorais, anunciou também na terça-feira a Procuradoria-Geral da República, responsabilizando o candidato presidencial Venâncio Mondlane.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane pediu um novo período de manifestações nacionais em Moçambique, durante três dias, a partir de hoje, em todas as capitais provinciais, incluindo Maputo, contestando o processo das eleições gerais de 09 de outubro.

LN (PVJ) // ANP

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