Numa audição pedida pelo PS sobre a gestão dos meios de proteção civil no incêndio ocorrido, entre 14 e 27 de agosto, na Madeira, Margarida Blasco realçou que o Governo Regional tem "autonomia sobre a gestão de meios" e "tem um serviço de proteção civil" autónomo.

Aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a governante avançou com a fita do tempo sobre a ajuda disponibilizada pelo Continente.

Segundo a ministra, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) teve conhecimento do incêndio na Madeira na manhã de 14 de agosto e, no dia seguinte, à hora de almoço, o presidente da ANEPC telefonou ao secretário regional da Proteção Civil a disponibilizar ajuda e a resposta dada pela Madeira foi de que "não seria necessário pois estava tudo controlado".

Margarida Blasco salientou que foi respeitada a autonomia da região e que, em 16 de agosto, o secretario de Estado da Proteção Civil, "precavendo um eventual pedido de auxílio", pediu ao presidente da ANEPC para delinear um plano para enviar para a Madeira.

A governante avançou que o pedido de ajuda do Governo Regional da Madeira chegou em 17 de agosto e que "recebeu resposta imediata" com o envio nesse mesmo dia dos primeiros 76 operacionais, uns dias depois seriam enviados mais operacionais do Continente e dois meios aéreos através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

A ministra disse ainda que, desde o início dos fogos na Madeira, que o Continente estava "a prever que a situação podia piorar de um dia para o outro", estando por isso "tudo pronto" para avançar assim que o pedido de ajuda fosse feito.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. No dia 26, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional deu o fogo como "totalmente extinto".

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para 5.104 hectares de área ardida, embora as autoridades regionais tenham sinalizado 5.116.

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Lusa/fim