A P-Race – Corrida da Próstata está de regresso com o objetivo de sensibilizar a população para os problemas de saúde que afetam a próstata, seguindo a linha do fomento de uma melhor literacia por parte da população em relação a estas doenças, onde o cancro se inclui. Se olharmos para os números podemos rapidamente verificar que o cancro da próstata é o mais frequente nos homens dos países desenvolvidos, incluindo Portugal.


6 mil

novos casos de cancro da próstata são diagnosticados, por ano, no nosso país, com cerca de 2 mil homens a morrer anualmente por esta doença.


Dada a sua incidência, com esta iniciativa pretende-se “divulgar as doenças da próstata, quer o cancro quer as doenças benignas”, explica José Santos Dias, urologista e diretor clínico do Instituto da Próstata. O cancro da próstata é obviamente o mais grave, mas as doenças benignas podem causar marcada perturbação da qualidade de vida e bem estar dos homens e das respectivas famílias, acrescenta o especialista.

As associações, juntamente com os médicos de família, são vectores essenciais para a divulgação de informação credível e útil junto da sociedade civil.

Pode inscrever-se na corrida clicando AQUI.

As verbas obtidas com as inscrições na corrida revertem para a APDP
As verbas obtidas com as inscrições na corrida revertem para a APDP SIC Notícias

Diagnóstico precoce é o maior desafio

A desvalorização dos sintomas relativamente às doenças da próstata, não só por parte dos doentes, mas também por parte dos médicos, tem sido uma lacuna que persiste. Segundo José Santos Dias, é igualmente desvalorizada a “necessidade de fazer - pelo menos - uma análise ao sangue”, chamada PSA, que pode ser feita quando se tira sangue para qualquer outra análise. “Com este simples gesto, podemos antecipar em anos o diagnóstico e oferecer um tratamento totalmente diferente dos que se podem realizar quando a doença está mais avançada”, reforça.

Outra dificuldade transversal surge após o diagnóstico. Muitas vezes, a dificuldade reside na decisão acerca da melhor forma de tratamento - porque em muitos casos há mais do que uma forma de tratamento possível - o que faz com que a decisão em relação à melhor forma de tratamento nem sempre seja fácil, quer para o doente, quer para os médicos, assume José Santos Dias.

Rastreio a partir dos 45-50 anos

Para o diretor clínico deste instituto interessa, assim, alertar a população em geral e, em particular, os homens acima dos 45-50 anos para a necessidade de realizar exames periódicos muito simples mas muito eficazes na detecção de problemas graves deste orgão, em fases muito precoces, ainda sem qualquer sintoma. “Só desta forma é possível tratar de forma eficaz e eliminar o cancro da próstata - e é possível curar esta doença, desde que tratada cedo na sua evolução”, recorda José Santos Dias. É urgente passar a mensagem da necessidade de os homens estarem atentos e procurarem diagnosticar precocemente este problema.

Recentemente, definiu-se como regra ideal fazer o que se chama de diagnóstico oportunístico - ou seja, quando os homens acima dos 50 anos são avaliados por um médico, “aproveitar” essa oportunidade e esse momento para realizar a já referida PSA. Além disso, a Comissão Europeia, em resposta ao número crescente de homens diagnosticados com cancro da próstata (a revista Nature fala mesmo de um tsunami de diagnósticos de cancro da próstata que está a caminho, pelo envelhecimento progressivo da população, entre outras razões), definiu a necessidade de realizar mesmo um rastreio convencional, indicando que todos os homens deverão passar a realizar esta análise a partir dos 50 anos, de forma regular.

Veja ou reveja, no vídeo abaixo, a participação de José Santos Dias no Check-Up Seguro do Tenho Cancro. E depois?, dedicado ao cancro da próstata.