"Encaro esta reunião como um excelente momento estratégico para impulsionar este nosso movimento para o alargamento, para a integração gradual e para o aumento da competitividade", declarou António Costa.
Falando aos jornalistas na entrada para a cimeira UE-Balcãs, em Bruxelas, o responsável vincou que "esta cimeira é muito importante por três razões principais".
"Em primeiro lugar, pertencemos a uma mesma família europeia, partilhamos um continente, mas, acima de tudo, partilhamos valores comuns e uma história comum. Em segundo lugar, para todos nós, o alargamento é uma prioridade, estamos prontos e empenhados e, de todos nós, acreditamos que este é o mais importante investimento geopolítico na paz, na segurança e na prosperidade e, finalmente, estamos a liderar uma integração gradual dos países dos Balcãs Ocidentais antecipando os benefícios concretos para os seus cidadãos, como isenção de vistos, 'roaming' mais barato", elencou o ex-primeiro-ministro português.
A primeira cimeira presidida pelo novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, junta hoje em Bruxelas líderes da UE e dos Balcãs Ocidentais, que pretendem reforçar a parceria estratégica num contexto de tensões geopolíticas.
Numa altura em que países da região se encontram à espera há vários anos para entrar no bloco comunitário, esta reunião de alto nível acontece um dia antes do também primeiro Conselho Europeu presidido por António Costa.
Os principais temas em debate são o reforço da integração UE-Balcãs Ocidentais através do plano de crescimento, o aprofundamento do compromisso político e estratégico em vários domínios, incluindo a política externa e de segurança, a construção de uma base económica para o futuro e atenuar o impacto da guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e a cooperação na gestão da migração e na luta contra a corrupção e a criminalidade organizada.
Previsto está que a sessão de trabalho desta tarde seja dedicada a discutir a execução do plano de crescimento (para investimentos de seis mil milhões de euros até 2027) e os esforços de integração regional, bem como as possibilidades de fazer avançar a integração gradual entre a UE e a região, enquanto o jantar de trabalho se centrará nos desafios geopolíticos comuns.
No final da cimeira de hoje, será divulgada uma posição comum entre UE e Balcãs Ocidentais, com o texto a ser negociado do lado comunitário e subscrito pelo outro bloco, dado que o Kosovo não é reconhecido por alguns países europeus.
Quando era primeiro-ministro, António Costa defendia precisamente avanços no processo de adesão dos Balcãs com base no mérito.
Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro dos países dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, enquanto a Albânia, a Bósnia-Herzegovina, o Montenegro, a Macedónia do Norte e a Sérvia têm oficialmente o estatuto de países candidatos.
Entretanto, foram iniciadas negociações e abertos capítulos de adesão com o Montenegro e a Sérvia, além de que as negociações com a Albânia e a Macedónia do Norte foram iniciadas em julho de 2022 e o Kosovo apresentou a sua candidatura à adesão em dezembro de 2022.
Desde 2018 que se realizam cimeiras regulares entre a UE e os Balcãs Ocidentais, sendo que a última decorreu em Bruxelas em dezembro de 2023.
No passado dia 01 de dezembro, António Costa começou o seu mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu, sendo o primeiro socialista e o primeiro português neste cargo.
ANE // SCA
Lusa/Fim