A DeepSeek, desde que foi lançado o modelo R1 no dia 20 de janeiro, tem estado no topo das tabelas de descarregamentos de aplicações gratuitas.

O Governo dos Países Baixos decidiu proibir a utilização da aplicação por todos os seus funcionários públicos, devido ao receio de que as informações partilhadas pelos utilizadores do DeepSeek possam ser armazenadas e acabar na posse do governo da República Popular da China.

A ordem governamental foi enviada hoje pelo secretário de Estado para a Digitalização, Zsolt Szabó, a todos os funcionários públicos holandeses, sublinhando que o DeepSeek é uma aplicação sensível à espionagem dos utilizadores.

Foi pelo mesmo motivo que, na passada sexta-feira, Autoridade de Proteção de Dados já tinha alertado para os riscos do uso da aplicação e pediu aos cidadãos que fossem cautelosos ao introduzirem informações pessoais e sensíveis na plataforma digital.

"Seria sensato que as pessoas se perguntassem se querem realmente introduzir informações pessoais e outras informações sensíveis nesta aplicação... Se carregarmos os dados de outras pessoas, eles vão parar ao mesmo sítio na China. Talvez sem o conhecimento da outra pessoa e muito menos sem consentimento", disse a Autoridade de Proteção de Dados.

A aplicação de inteligência artificial chinesa é caracterizada pelo seu código aberto e pelos baixos custos de desenvolvimento.

Mas a DeepSeek tem sido alvo de críticas e até de censura por, por exemplo, se recusar a comentar questões controversas como o Massacre de Tiananmen de 1989 ou mesmo sobre o Presidente da China, Xi Jinping.

O mesmo fenómeno já tinha sido verificado com outras aplicações digitais de conversação chinesas, tendo em 2023, Pequim decidido entrar em ação e regular estes serviços para que respeitassem os "valores socialistas fundamentais".