O diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais vai abandonar o cargo. A SIC sabe que Rui Abrunhosa Gonçalves apresentou a demissão à ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que a aceitou.

A notícia foi avançada pela RTP e confirmada pela SIC. Rui Abrunhosa Gonçalves, que é professor universitário e especialista em psicologia da Justiça e em agressores, estava no cargo há dois anos.

O responsável pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) estava debaixo de fogo desde a fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no último sábado.

“Não desisto facilmente”

Há dois dias, o diretor demissionário dos Serviços Prisionais disse que só deixava o cargo se sentisse que já não confiavam no seu trabalho. Em conferência de imprensa, mostrou vontade de continuar na função.

“É muito fácil, quando acontece uma coisa destas, atirar o pano ao chão e dizer que as pessoas se vão embora. Eu não sou desses”, afirmou, na altura, Rui Abrunhosa Gonçalves.

"Não é a minha maneira de ser, nem a minha maneira de estar em qualquer cargo, assumir que, à primeira contrariedade, (...) iria desistir. Eu não desisto facilmente”, declarou.

“Se eu vir, em qualquer altura, que a confiança em mim depositada não existe mais, naturalmente que não estarei à espera que me digam para sair. Eu próprio sairei”, ressalvou.

O até aqui diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais garantira que a fuga dos reclusos não estava relacionada com o número de guardas na cadeia, alegando que o estabelecimento prisional tinha os recursos humanos necessários. Declarações que contrastam com a posição do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), que alertou para a falta de meios na prisão.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice,recebeu, esta manhã, o relatório de auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, elaborado pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), e vai fazer uma declaração esta tarde. Na conferência de imprensa estarão ainda presentes a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, que tem a tutela das prisões, e o inspetor-geral dos Serviços de Justiça, Gonçalo Cunha Pires.

[Notícia atualizada às 17h30]