
O líder democrata do Senado norte-americano, Chuck Schumer, anunciou na quinta-feira que está pronto para dar o aval ao projeto de lei de financiamento governamental liderado pelos republicanos, evitando desta forma ser responsável pela paralisação do Governo federal.
Schumer falou aos democratas em privado durante um animado almoço à porta fechada e depois fez comentários públicos antes da votação de sexta-feira, que terá lugar horas antes do prazo final da meia-noite para manter o governo em funcionamento.
O senador de Nova Iorque disse que, por muito mau que seja o projeto de lei do Partido Republicano, uma paralisação [shutdown] seria pior, dando ao Presidente Donald Trump e ao multimilionário Elon Musk "carta branca" enquanto destroem o governo.
"Trump pegou num maçarico e atacou o nosso país e usou o caos como arma. Para Donald Trump, uma paralisação seria uma dádiva. Seria a melhor distração que ele poderia pedir para a sua terrível agenda", alertou o líder democrata no Senado (câmara alta do Congresso).
A posição de Schumer aponta para uma resolução de um diferendo que durou dias. Os democratas do Senado montaram um protesto de última hora sobre o pacote, que já foi aprovado pela Câmara dos Representantes (câmara baixa).
Os Democratas estão sob intensa pressão para fazerem o que puderem para travar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) da administração Trump, que está a destruir agências governamentais há muito estabelecidas e a eliminar postos de trabalho de milhares de funcionários federais.
O Presidente dos Estados Unidos já tinha alertado na quinta-feira que uma possível paralisação do Governo federal por falta de financiamento seria "culpa apenas dos democratas".
Trump argumentou que uma paralisação da administração poderia "levar a impostos muito elevados", porque impediria a aprovação do projeto de reforma fiscal apoiado pelos republicanos.
A Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pelos republicanos, aprovou a proposta orçamental de Trump para manter o Governo a funcionar, por 217 votos a 213, numa votação na terça-feira.
Embora o Partido Republicano tenha maioria no Senado - onde a medida ainda está pendente e deverá ser aprovada até sábado - precisa do apoio de uma dúzia de senadores democratas para evitar o incumprimento federal.