1 - Os independentes estão a escolher Trump

Joe Biden venceu os independentes por 11 pontos, em 2020. Em setembro de 2024, há um mês, Kamala Harris subia cinco pontos entre os independentes. Agora, porém, ela está apenas dois pontos acima de um bloco-chave no centro do eleitorado, nove pontos abaixo em relação à posição de Biden no final da campanha de 2020, a nível nacional.

Mais: nos estados decisivos, essa tendência parece favorecer ainda mais Trump. Olhemos para Michigan, Pensilvânia e Wisconsin: Joe Biden venceu nos independentes por cinco pontos sobre Donald Trump no global desses três estados. Kamala tem um ponto de atraso sobre Trump – uma diferença de seis pontos a favor de Trump na comparação das duas realidades.

Os independentes são determinantes para quem ganha as eleições? Pelo menos, ajudam a indicar a tendência. Desde 1952, em 18 eleições realizadas, os candidatos que venceram nos independentes venceram a eleição geral em 15 ocasiões. Só Richard Nixon em 1968, Gerald Ford em 1976 e John Kerry em 2004 ganharam os independentes e não foram eleitos.

Carlos Barria

2 - As coisas complicam-se para Kamala

O campo Harris ainda acredita na vitória, mas o nervosismo do lado democrata é crescente. Donald Trump parece estar em boas condições de vencer o voto popular, algo que parecia quase inviável há poucas semanas. As margens nos estados decisivos continuam curtas, tudo ainda está em aberto, mas a probabilidade de regresso Trump surge, nesta fase, e já tão próximo do dia da eleição, mais provável que o triunfo da democrata.

Os mercados de apostas colocam o cenário num 60/40 para a probabilidade de Trump.

Atentemos à “Blue Wall”: os três estados do norte geralmente caminham na mesma direção na corrida presidencial, mas Harris tem perdido terreno para Trump nas pesquisas, especialmente no Wisconsin. No Michigan, as dúvidas entre os eleitores árabes-americanos preocupam os democratas. Um estratega democrata, citado anonimamente pelo “The Hill”, anotou: “Se esta é uma eleição vibrante, as vibrações atuais não são boas”.

Kamala pode ter outro caminho para a vitória que envolveria vencer a Pensilvânia, perder outro estado da Blue Wall, mas vencer a Carolina do Norte e Nevada. Mas nenhum desses estados está firmemente no seu campo, nem dois outros estados indecisos, Arizona e Geórgia.

Kevin Lamarque

Uma interrogação: os últimos dias ditaram mesmo uma espécie de vitória Trump por antecipação, ou estaremos todos a extrapolar?

Estados decisivos:

  • ARIZONA - Trump 50 / Kamala 49 (Marist, 17 a 22 out)
  • CAROLINA DO NORTE - Trump 50 / Kamala 48 (Marist, 17 a 22 out)
  • PENSILVÂNIA - Trump 50 / Kamala 49 (Franklin & Marshall, 9 a 20 out)

Voto popular: Trump 47 / Kamala 47 (CNN, 20 a 23 out)