1 - É melhor acabar com as ilusões de Trump sobre a Ucrânia
Basta ler os sinais do encontro de Trump com Zelensky. Antes ainda da conversa, o candidato presidencial republicano disse que se dava bem com o presidente ucraniano, “do mesmo modo que me dou bem com o presidente Putin”.
Zelensky ainda engoliu em seco e, segundos depois, atirou: “Bom, espero que se dê melhor connosco…” Trump retaliou, sem facilitar: “Bem, é preciso dois para dançar o tango”.
Por muito que Zelensky tenha jurado no final que foi “uma reunião muito produtiva”, fica cada vez mais claro o que Trump se prepara para fazer se voltar à Casa Branca: “Se vencermos, vamos resolver isto, a guerra, muito rapidamente”. “Concordámos que devemos acabar com a guerra na Ucrânia”, declarou Zelensky ainda antes da reunião. Mas terá sido mais um… concordar em discordar. Trump fez questão de não mostrar grande empatia com Zelensky e o foco em dizer que é amigo de Putin é simplesmente lamentável. “Esta guerra não deveria ter começado”, ripostou Zelensky.
“Penso que o problema é que Putin matou tantas pessoas e, claro, precisamos de fazer tudo para pressioná-lo a parar esta guerra. Ele está no nosso território, isso é o mais importante de perceber, ele está em nosso território”.
Se Trump ganhar em novembro, a Ucrânia já sabe que deixa de contar com os EUA para a defender verdadeiramente.
2 - Kamala forte no Nevada
Sondagem da Bloomberg (19 a 25 de setembro), com amostra de 945 votantes prováveis, coloca Kamala Harris com sete pontos de avanço no Nevada (52-45), o melhor valor até agora de um candidato democrata naquele estado indeciso nesta corrida de 2024.
Kamala também lidera no Arizona (50-47) e na Carolina do Norte (50-48), além de fazer o pleno na Rust Belt: +5 na Pensilvânia (51/46), Michigan +3 (50/47) e Wisconsin (51/48). Trump não surge à frente em qualquer destes sete estados na sondagem Bloomberg, registando-se empate na Geórgia: 48/48.
UMA INTERROGAÇÃO: Será que a Ucrânia vai ter um peso significativo neste eleição americana?
Todos os presidentes dos EUA
34 – Dwight Eisenhower (1953-1961)
Vice-Presidente: Richard Nixon
Partido: Republicano
General de cinco estrelas, Comandante Supremo das forças aliadas na II Guerra Mundial, planeou a Operação Torch, no norte de África, em 1942 e 1943 e a invasão da Normandia (1944). Concorreu à nomeação republicana de 1952 para travar a via isolacionista de Robert Taft. Promoveu o envolvimento dos EUA na NATO. Foi eleito por duas vezes com grande apoio popular.
35 – John F. Kennedy (1961-1963)
Vice-Presidente: Lyndon Johnson
Partido: Democrático
Primeiro presidente católico e segundo mais jovem, foi eleito aos 43 anos. Congressista em Boston aos 27, senador pelo Massachusetts aos 35, filho de antigo embaixador americano em Londres, JFK formou-se em Harvard e juntou-se à Marinha na II Guerra Mundial. Lançou o programa Apollo (conquista espacial), apontou o caminho da Lua, falhou a invasão da Baía dos Porcos, mas geriu com mestria o momento em que o mundo esteve mais perto da guerra nuclear, na crise dos mísseis de Cuba. Foi assassinado em Dallas a 22 de novembro de 1963, num dos momentos mais traumáticos da História americana.
36 – Lyndon Johnson (1963-1969)
Vice-Presidente: Hubert Humphrey
Partido: Democrático
Vice-presidente de John F. Kennedy, congressista pelo Texas nas duas câmaras, líder da maioria democrata no Senado no final dos anos 50, viria a tomar posse como Presidente em condições dramáticas, após o assassinato de JFK. Deixou marca durável ao criar a Grande Sociedade, com programas federais inovadores no domínio da saúde, educação e segurança social. Aprovou o Civil Rights Act de 1964, consagrando na lei a igualdade de direitos para os negros, um século depois da guerra civil que aboliu a escravatura.
(amanhã: Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter)
Uma sondagem
PENSILVÂNIA -- Kamala 51 / Trump 46
(Bloomberg, 19 a 25 set)