O rapper P. Diddy foi detido em setembro por suspeitas de tráfico sexual e extorsão e, desde então, continuam a surgir novas acusações. O artista é acusado de agressão sexual por pelo menos 120 pessoas, incluindo 25 menores na altura dos acontecimentos. A lista inclui tanto homens como mulheres, com idades entre os 9 e os 38 anos.
Estas revelações vêm prejudicar ainda mais o caso de Sean ‘Diddy’ Combs, de 54 anos, atualmente em prisão preventiva em Nova Iorque, a aguardar julgamento.
Os números foram avançados numa conferência de imprensa, esta terça-feira, pela equipa de advogados que representa estas pessoas.
“O maior segredo da indústria do entretenimento, que não era de todo um segredo, foi finalmente revelado ao mundo. O muro do silêncio foi agora quebrado e as vítimas estão a avançar”, disse Tony Buzzbee, citado pela agência France-Presse, revelando ainda que a sua equipa “recolheu fotografias, vídeos e mensagens”.
O advogado acrescentou que as alegações incluem “agressão sexual violenta ou violação, relações sexuais facilitadas por substâncias controladas, divulgação de gravações de vídeo e abuso sexual de menores.”
"Vai chegar o dia em que vamos dar outros nomes além de Sean Combs, e há muitos nomes. Já é uma lista longa, mas devido à natureza do caso, vamos garantir que estamos certos antes de fazer isso. A lista de nomes é chocante.”
Após a detenção, a 16 de setembro, o escritório de advogados de Tony Buzzbee criou uma linha telefónica de crise para as vítimas.
A linha recebeu “mais de 3.285” chamadas de pessoas que dizem ter sido vítimas ou testemunhas dos crimes do rapper norte-americano.
Lista inclui homens e mulheres, com idades entre os 9 e os 38 anos
Até ao momento foram identificadas 120 possíveis vítimas, mas o número pode vir a aumentar. De acordo com o advogado Andrew Van Arsdale, a equipa está a trabalhar “noutros 100 casos”.
Em declarações ao Washington Post, o advogado revelou que a lista de testemunhos incluía tanto homens como mulheres, com idades entre os 9 e os 38 anos, no momento dos alegados abusos.
“Eu diria que em 90% dos casos estes indivíduos foram drogados” antes de serem atacados, disse Buzzbee.
Nas festas organizadas pelo rapper e produtor, "se recusasses uma bebida, eras convidado a sair", explicou, descrevendo um dos relatos ouvidos pela equipa da advogados.
Segundo o advogado, algumas das vítimas eram menores na altura dos acontecimentos e um dos casos é o de um menino de 9 anos, que fez uma audição para a editora de Diddy, a Bad Boy Records.
“Foi abusado sexualmente no estúdio, aparentemente por Sean Combs e várias outras pessoas, que lhe prometeram a ele e aos pais um contrato.”
Outra mulher, com 15 anos na altura, afirma ter sido drogada e violada pelo artista, antes “de outras pessoas também a violarem, à vez”.
As revelações sobre o rapper começaram a surgir no ano passado, após a denúncia da ex-namorada, a cantora Cassie. Desde então, várias pessoas vieram a público acusar Diddy, o que levou a uma investigação e, por consequência, à detenção do artista.
Diddy é acusado de ter usado o seu próprio império musical para violar e abusar sexualmente as suas vítimas. A acusação descreve-o como um “predador sexualmente violento”, que usava álcool e drogas para conseguir a submissão das vítimas.