O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) garantiu hoje que "ninguém deixará de ser atendido" no fim-de-semana de Páscoa, desvalorizando o encerramento de urgências neste período.

"Haverá 10 pontos da rede do SNS que não estarão abertos ao público, mas continuarão a trabalhar e os utentes serão orientados para locais onde poderão ser atendidos. Ninguém deixará de ser atendido porque o SNS está a funcionar como funciona sempre: em rede", referiu Álvaro Almeida.

No Porto, onde presidiu à cerimónia do 51.º aniversário do Instituto Português de Oncologia, Álvaro Almeida garantiu que a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) vai "assegurar que a rede responde a todas as necessidades".

"Mas em nenhum momento deixou de estar disponível sempre a rede. Nenhum cidadão deixará de ser atendido neste fim de semana. Há capacidade de resposta no SNS", frisou.

Admitindo que Lisboa e Vale do Tejo é das regiões mais afetadas, Álvaro Almeida disse que "há falta de recursos humanos nessa zona", sendo, "extremamente difícil completar escalas sobretudo em períodos de férias ou de feriados".

Os constrangimentos dos serviços de urgência devem-se, sobretudo, à falta de médicos especialistas para assegurarem as escalas, uma situação que é mais frequente em períodos de férias, como o verão e final de ano, e fins de semana prolongados.

"Esta dificuldade existe, é conhecida e histórica, vem de há muitos anos atrás e agravou-se sobretudo nos últimos três anos que é a dificuldade de recursos humanos em algumas especialidades especialmente obstetrícia", referiu à margem da cerimónia e sem responder às perguntas dos jornalistas sobre se o problema poderá agravar-se à medida que os médicos forem atingindo o limite anual de horas extraordinárias ou se existiu falta de planeamento.

"É um problema que não é exclusivo de Portugal. É um problema dos países europeus todos. É um problema que estamos a trabalhar para minimizar (...). Há muita coisa que é preciso afinar no SNS. Nenhum sistema de saúde no mundo é perfeito. O SNS não é com certeza", disse.

Perante a insistência dos jornalistas, o novo diretor-executivo do SNS, que foi anunciado no final de janeiro, disse que "se está a trabalhar para melhorar progressivamente", resumindo: "Este ano foi melhor do que o ano passado e o ano passado foi melhor que há dois anos".

Ainda questionado sobre a abertura de vagas para médicos, sendo que 322 são para áreas geográficas consideradas carenciadas, Álvaro Almeida disse que "o problema é mais concentrado na região de Lisboa e Vale do Tejo", recusando a ideia de que a distribuição não esteja a ser equitativa.

"Aquilo que a DE-SNS e todas as estruturas do Ministério da Saúde têm de fazer é garantir que os médicos estão onde são necessários. As vagas que foram abertas foram em regiões onde há mais necessidade", disse.

Quanto aos casos de utentes que têm alta clínica, mas não deixam os hospitais por fala de resposta na rede, o diretor-executivo disse que "o problema tem de ser visto entre a saúde e a Segurança Social" porque "é mais lato do que exclusivamente do SNS".