No Hospital do Barreiro e no de Vila Franca de Xira, as urgências de obstetrícia foram encerradas, por excesso de pressão, no sábado, tendo depois voltado a abrir. Em comunicado enviado às redações, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde garante, no entanto, que “as urgências de ginecologia e obstetrícia em Lisboa e Vale do Tejo se encontram normalizadas e a funcionar em rede de acordo com o planeamento previsto para um fim de semana marcado com as habituais contingências deste período de verão”.

A direção executiva do SNS explica que muitas equipas médicas encontram-se de férias. No entanto, garante o órgão que gere o SNS, “nestes dois dias, nenhuma utente ficou sem assistência médica e, mesmo nos períodos de grande afluência, foi sempre possível encontrar uma resposta em segurança”.

No sábado, o Expresso noticiou que a Maternidade Alfredo da Costa tinha a única urgência de obstetrícia aberta na cidade de Lisboa, estando a receber um número elevado de grávidas em trabalho de parto. Como não era possível enviar para trás mulheres em trabalho de parto - uma delas acabou até por ter o bebé quando estava a fazer a admissão -, no sábado, a solução passou por transferir puérperas para outros hospitais, de modo a libertar camas no internamento.

Em comunicado, a direção executiva do SNS reconhece que “a Maternidade Alfredo da Costa e a Maternidade da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho [Centro Hospitalar Barreiro Montijo], durante este fim de semana, atingiram alguns picos de afluência”. Fonte da direção executiva do SNS conta ao Expresso que a Maternidade Alfredo da Costa conseguiu, neste dois dias, fazer todos os partos. Três pacientes foram transferidas no sábado, e outras três neste domingo, depois de concluídos os partos. Foram enviadas para unidades da sua área de residência com os bebés.

Grávidas encaminhadas para o privado

Em entrevista à Rádio Renascença este domingo, António Gandra d'Almeida, diretor executivo do SNS, admitiu que seis grávidas foram encaminhadas para o privado em situações em que o SNS não conseguiu dar resposta, acrescentando que só este sábado há 11 de serviços de obstetrícia encerrados, metade dos quais em Lisboa e Vale do Tejo. Gandra d'Almeida referiu ainda que, em algumas ocasiões houve maior pico de afluência, mas o sistema conseguiu dar resposta, recorrendo, em alguns casos, a parceiros do setor privado. “Não houve nenhuma grávida que ficou por atender em segurança”, declarou.

Também de acordo com o comunicado emitido direção executiva do SNS, “graças ao empenho dos seus profissionais”, ambas os serviços “conseguiram dar sempre resposta a todas as utentes”. Também reencaminharam “em segurança para outras maternidades alguns casos menos urgentes, sempre em articulação com outras unidades que se mostraram disponíveis para as acolher”.

A direção executiva do SNS defende que o funcionamento em rede está a conseguir garantir que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde, apesar das notícias que dão conta de fortes constrangimentos e de 11 serviços terem estado fechados neste sábado e 13 no domingo, no país inteiro. Desse total, oito urgências de obstetrícia e ginecologia estiveram encerradas este sábado, de acordo com o portal do Serviço Nacional de Saúde.