
O Apito Dourado, em 2004, levou a Polícia Judiciária a efetuar buscas na casa do antigo presidente do FC Porto, mas a acusações de tráfico de influências e corrupção desportiva acabaram por ser arquivadas.
Dez anos antes, em 1994, o clube 'azul e branco' teve problemas com as Finanças e Pinto da Costa insurgiu-se contra o centralismo do país.
Pinto da Costa era presidente há 12 anos e o FC Porto acumulava dívidas ao fisco e à Segurança Social. A receção de um auto de penhora do Estádio das Antas acentuou a liderança de um FC Porto com tudo e contra todos.
Valentim Loureiro serviu de intermediário, apresentou uma garantia bancária e a penhora foi levantada.
A suspeita da compra de árbitros e o recurso a serviços de prostituição
Em 2004, Pinto da Costa esteve no processo que abalou o país mediático. O Apito Dourado incidiu sobre 55 dirigentes, 110 árbitros, dois autarcas e quatro empresários de futebol.
Em causa estava a suspeita da compra de árbitros também com recurso a serviços de prostituição.
A viagem a Vigo
A 2 dezembro, a Polícia Judiciária foi casa do então presidente portista com mandados de busca e detenção. Pinto da Costa tinha ido a Vigo, em Espanha, depois ter sido informado que ia ser detido.
Compareceu mais tarde no Tribunal de Gondomar, com a guarda da claque dos Superdragões, e saiu mediante o pagamento de uma caução de 200 mil euros.
As escutas caíram. Não puderam ser usadas em tribunal e o processo atrasou-se sem beliscar o presidente do FC Porto. As acusações de tráfico de influências e corrupção desportiva foram arquivadas.
Depois deste caso, Jorge Nuno Pinto da Costa seria reeleito seis vezes pelos sócios portistas.
Ilibado no Apito Final
Quatro anos mais tarde, em 2008, no Apito Final, processo não criminal extraído do Apito Dourado, seria condenado a dois anos de suspensão pelo Conselho de Disciplina da Liga de Clubes e depois e ilibado em 2017 pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol.
2017 foi também o ano da Operação Fénix, que investigava a SPDE. Pinto da Costa era suspeito de contratação ilegal de segurança privada mas foi absolvido nas alegações finais.
"Ficha limpa" em mais de quatro décadas
O seu 15.º e último mandato ficou marcado pela Operação Prolongamento, com o FC Porto a ser investigado pelo desvio de fundos da SAD para financiar uma alegada manipulação de resultados desportivos e indícios.
O Ministério Público alegava uma cobrança de 10,5 milhões de euros de intermediações fictícias pelo empresário Pedro Pinho.
Jorge Nuno Pinto da Costa esteve 42 anos à frente dos destinos do FC Porto e apesar de vários processos que teve pela frente, nunca foi condenado.