
A União Democrata-Cristã (CDU) de Friedrich Merz venceu as eleições legislativas da Alemanha, com 28,5% dos votos, segundo as projeções da noite de domingo. O chanceler Olaf Scholz despede-se com uma “amarga” derrota, a extrema-direita festeja um resultado “histórico” e o futuro mantém-se incerto.
Sem maioria parlamentar, os conservadores vão ter de negociar para formar uma coligação que permita governar. Numa “noite histórica”, Friedrich Merz diz que está confiante de que vai conseguir criar um Governo "capaz de agir nos interesses da Alemanha”, mas ainda não sabe com quem.
Até às 23h59 deste domingo, tinham sido apurados 266 dos 299 círculos eleitorais.
AfD pisca o olho aos conservadores
Em segundo lugar surge a AfD, de extrema-direita, que teve uma votação recorde (20,7%). Depois, vêm os socias democratas do SPD (16,5%), partido do chanceler Olaf Scholz, os Verdes (11,9%) e a Esquerda (8,7%).
"Nunca fomos tão fortes a nível nacional", clama Alice Weidel na sede do partido em Berlim, depois de ter obtido o dobro dos votos de há quatro anos.
A líder da extrema-direita alemã saúda o “resultado histórico” deste domingo e garante que a AfD tem “o braço estendido para entrar no Governo”.
“Derrota amarga” marca o adeus de Scholz
As sondagens colocavam o SPD em terceiro lugar e foi exatamente o que aconteceu. Olaf Scholz despede-se com uma “derrota amarga”, segundo o próprio. Na sede do SPD, garante que “foi uma honra ser chanceler da Alemanha”.
Scholz também rejeitou participar ou negociar a integração do partido numa coligação liderada pelo líder da CDU e vencedor das eleições, Friedrich Merz, segundo as projeções.
"Digo expressamente que, se houver conversações, não serei eu o líder das negociações", afirmou o chanceler cessante.
Participação mais alta desde reunificação
A participação em eleições federais na Alemanha subiu este domingo para entre 83% e 84%, de acordo com as previsões das emissoras públicas ZDF e ARD, o número mais alto desde a reunificação do país, em 1990.
Nas eleições legislativas de 2021, a taxa de participação foi de 76,4 %, pelo que desta vez, segundo as projeções, terá sido superada em 6,6 ou 7,6 pontos.
Migrações e recessão económica dominaram debates
As eleições legislativas antecipadas realizam-se este domingo, depois da queda do Governo de coligação liderado pelo social-democrata Olaf Scholz. As migrações, a recessão económica e a subida da extrema-direita dominaram os debates.
[Artigo atualizado às 23h59 de domingo]