"Francamente. Eles precisam de melhores golpes sujos. O ataque 'toda a gente é Hitler' está tão esgotado", escreveu o patrão da Tesla e da Space X numa mensagem publicada na rede social X, de que é proprietário.

O empresário norte-americano de origem sul-africana provocou polémica ao fazer duas vezes uma saudação, descrita por alguns jornais como "fascista" ou "nazi", enquanto outros defenderam que se tratou de um "gesto desajeitado".

O empresário encontrava-se a discursar no palco do complexo Capital One Arena, Washington, onde os apoiantes de Donald Trump se tinham reunido para um encontro com o novo chefe de Estado, algumas horas após a tomada de posse do 47.º Presidente dos Estados Unidos.

Musk, depois de agradecer aos presentes por terem permitido o regresso de Trump à Presidência, bateu no peito com a mão direita e estendeu o braço com a palma da mão aberta.

Em seguida, Musk repetiu o gesto, virando-se para a multidão que se encontrava atrás do palco.

A historiadora Claire Aubin, especialista em nazismo e neonazismo nos Estados Unidos, disse à Agência France Presse que o gesto de Elon Musk foi uma saudação nazi.

"Não demorou muito", criticou o congressista democrata Jimmy Gomez na redes social X.

Outra historiadora e especialista em fascismo, Ruth Ben-Ghiat, escreveu na mesma rede social, propriedade de Musk, que se tratou de uma "saudação nazi, agressiva".

Alguns jornais como o israelita Haaretz e o britânico Guardian, afirmaram que o multimilionário "parecia" ter feito uma saudação "fascista" ou de "estilo fascista".

"Pareceu [que Musk] esteve a aguentar durante algum tempo e finalmente conseguiu soltar-se. Como se tivesse estado a praticar em frente ao espelho para encontrar o ângulo certo", disse a democrata norte-americana Cori Bush na rede social X.

De acordo com a revista norte-americana Wired, muitas figuras de extrema-direita nos Estados Unidos ficaram satisfeitas com o evento, como o colunista Evan Kilgore, que saudou Musk por ter feito "um gesto incrível".

Nas últimas semanas, Elon Musk fez inúmeras declarações de apoio ao partido de extrema-direita alemão AfD, bem como à primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni, e ao partido anti-imigração britânico Reform UK.

"Elon Musk sabia exatamente o que estava a fazer com a saudação romana fascista no comício de Trump - que se segue ao apoio explícito às políticas e partidos de extrema-direita", disse Amy Spitalnick, chefe da organização judaica JCPA (Jewish Council for Public Affairs), num comunicado difundido hoje. 

 

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