
O dono do X, Elon Musk, usa notícias falsas e teorias da conspiração de extrema-direita para desacreditar oponentes políticos e transmitir as suas próprias ideologias, segundo um estudo desenvolvido em parceira com o EDMO.
De acordo com o estudo do Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO), "a campanha política online travada pelo homem mais rico do mundo não está a afetar apenas um continente, mas várias partes do mundo", sendo que, nos últimos dois anos, Elon Musk encorajou movimentos e políticas de direita em pelo menos 18 países.
"Musk está a ajudar estes movimentos a crescer trocando ideias, criando conexões pessoais e construindo uma estrutura ideológica compartilhada com pessoas", lê-se no estudo.
X usado como "um megafone para amplificar as suas visões políticas"
Segundo o estudo, a estratégia desenvolvida pelo multimilionário utiliza como principal ferramenta a rede social X, "um dos maiores microfones do mundo", salientando o "poder dos media sociais na formação de uma narrativa política".
Neste sentido, o dono da rede social "tem usado cada vez mais a sua plataforma como um megafone para amplificar as suas visões políticas e, ultimamente, as das figuras de direita com as quais se alinhou", contando com mais de 220 milhões de seguidores.
O estudo alerta ainda para aparentes mudanças estruturais no algoritmo "para favorecer o seu conteúdo e o de utilizadores de extrema-direita no feed", sendo que Musk utiliza a desinformação política como uma estratégia deliberada para deslegitimar ideais oponentes.
Depois de Donald Trump ter tomado posse, o Presidente dos Estados Unidos e Elon Musk demonstraram a intenção de fechar a USAID, a agência federal dos Estados Unidos da América, rotulando-a como "uma organização criminosa".
De forma a desacreditar a agência, "Musk começou a espalhar desinformação, alegando falsamente que o financiamento da agência, destinado a projetos humanitários em todo o mundo, havia sido mal utilizado".
O estudo alerta ainda para o facto de na Europa, o alvo de Musk ser a Lei dos Serviços Digitais (DAS), aprovada pelo Parlamento Europeu em 2022.