A embaixada de Portugal em Kiev, que fechou temporariamente na quarta-feira após um alerta de possível ataque na capital ucraniana, poderá reabrir já esta quinta-feira, segundo avançou o ministro dos Negócios Estrangeiros à RTP3.
"Amanhã a embaixada pode estar aberta ou só segunda-feira", disse Paulo Rangel, fazendo questão de frisar que este tipo de episódios se repetem com frequência.
Na quarta-feira, o ministro tinha lembrado que o encerramento da embaixada portuguesa em Kiev já aconteceu dezenas de vezes desde o início da guerra.
"É uma avaliação permanente (...) A decisão é avaliada no momento", explicou na entrevista à RTP3.
"Num país em guerra este é o quotidiano de uma embaixada."
A embaixada portuguesa na capital da Ucrânia conta com 10 funcionários, entre os quais dois diplomata lusos. Paulo Rangel explicou que estes trabalhadores vivem com "dois kits de emergência ao seu lado" e "muitas vezes dormem em bunkers e não nas suas residências".
A decisão de encerrar a embaixada portuguesa surgiu após os Estados Unidos da América alertarem, na quarta-feira, para o risco de um possível ataque aéreo em Kiev. No mesmo alerta, o Departamento de Estado dos Assuntos Consulares dos EUA informou que, "por uma questão de precaução", a embaixada seria encerrada e os funcionários aconselhados a abrigarem-se.
Entretanto, a embaixada norte-americana já reabriu, de acordo com a informação avançada pela embaixadora na rede social X.
Apesar do normal funcionamento ter sido retomado, a embaixadora apela aos norte-americanos em Kiev que permaneçam vigilantes e que estejam preparados a procurar abrigo.
Armas nucleares? "Esse passo não será dado"
Na mesma entrevista, o ministro falou ainda sobre o decreto, assinado por Vladimir Putin, que amplia a doutrina nuclear da Rússia, mostrando-se preocupado com esta alteração.
Ainda assim, Paulo Rangel disse acreditar que a Rússia não irá recorrer às armas nucleares: "Estamos com alguma confiança de que esse passo não será dado."
"O conflito está numa altura de grande tensão, há mudanças geopolíticas (...) mas julgamos que o risco nuclear estará excluído, porque a própria Federação Russa terá noção de que, isso seria um passo de tal maneira grave que criaria um conflito de outro tipo ".