Os Estados Unidos sublinharam, na segunda-feira, que não podiam confirmar se soldados norte-coreanos foram enviados para a frente de combate na Ucrânia, para reforçar as forças russas, mas consideraram essa possibilidade um "desenvolvimento perigoso".

"Estamos cientes dos relatórios que a Coreia do Norte enviou e está a preparar-se para enviar tropas adicionais para a Ucrânia para lutar ao lado da Rússia", frisou Robert Wood, vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, perante o Conselho de Segurança.

"A ser verdade, este é um desenvolvimento perigoso e muito preocupante e um claro aprofundamento das relações militares entre a Coreia do Norte e a Rússia", acrescentou.

O diplomata realçou que os Estados Unidos estão a "consultar os aliados e parceiros sobre as implicações de tal decisão".

O embaixador francês na ONU, Nicolas de Rivière, estimou, por sua vez, que "o envio de soldados norte-coreanos, a provar-se, constituiria uma escalada adicional", acrescentando que "o aumento do apoio da Coreia do Norte ao esforço de guerra russo é muito preocupante".

Seul fala em12 mil soldados norte-coreanos

Segundo a agência de informação sul-coreana, a Coreia do Norte decidiu enviar até 12 mil soldados para ajudar a Rússia. Cerca de 1.500 soldados das forças especiais norte-coreanas já estão na Rússia para se ambientarem e deverão em breve avançar para a frente de combate, segundo a mesma fonte.

Em Washington, porém, parece imperar a cautela, com os Estados Unidos a afirmarem há vários dias que não têm qualquer confirmação.

"Não estamos na fase em que podemos confirmar esta informação e dizer se é precisa", vincou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patell, aos jornalistas.

Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais, bem como na Ásia, denunciam há meses o fornecimento pela Coreia do Norte de armas à Rússia para a guerra na Ucrânia, e a aproximação cada vez mais assertiva entre Pyongyang e Moscovo.

Pyongyang nega acusações

A Coreia do Norte negou o fornecimento de tropas à Rússia que possam ser mobilizadas no conflito na Ucrânia, com um representante de Pyongyang na ONU a descrever a alegação de Seul como um "rumor infundado".

"No que diz respeito à chamada cooperação militar com a Rússia, a minha delegação não sente necessidade de comentar estes rumores estereotipados sem fundamento", afirmou um representante norte-coreano numa sessão da Assembleia Geral da ONU, na segunda-feira, em Nova Iorque.

As afirmações de Seul "têm por objetivo manchar a imagem da República Popular Democrática da Coreia e minar as relações legítimas, amigáveis e de cooperação entre dois Estados soberanos", acrescentou.