O julgamento dos três estudantes universitários detidos à porta do Ministério do Ambiente em novembro de 2023, no decorrer de uma manifestação pelo clima, começou esta terça-feira.
De acordo com a Greve Climática de Lisboa, os estudantes detidos no protesto, João Lima, Matilde Ventura e Gon, foram imobilizados por agentes da PSP e levados para a esquadra, depois de a manifestação ter sido bloqueada por um cordão policial.
Num comunicado enviado hoje às redações, o grupo diz que durante a marcha “um estudante menor de idade” foi “atingido na cabeça pela polícia de choque e levado para o Hospital da Estefânia enquanto sangrava”.
Este protesto aconteceu no seguimento de duas semanas de ocupações de escolas e universidades portuguesas, em que os estudantes exigiram o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.
Citada no mesmo comunicado, Matilde Ventura, porta-voz do grupo Greve Climática de Lisboa e uma das estudantes detidas, admite endurecer a luta, com novas greves estudantis no próximo ano.
"Se o governo não atender à reivindicação da nossa geração, no final de abril de 2025 as estudantes sairão das aulas e iniciarão um período de paralisação das escolas. Entendemos isto como uma ação legítima e necessária para alcançar garantir o nosso futuro.”
No percurso entre o Largo Camões e o Ministério do Ambiente ocorreram desacatos e confrontos entre alguns manifestantes e a polícia. Os cerca de 50 estudantes, que participaram naquilo que apelidaram “visita de estudo”, ignoraram as barreiras físicas impostas pelas autoridades, obrigando a PSP a criar um cordão humano para impedir a chegada ao edifício.
Recorde-se que enquanto decorria este protesto, um outro grupo associado à Greve Climática Estudantil entrava e barricava-se no Ministério das Infraestruturas.