Os Serviços de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla inglesa) são responsáveis pelas operações de detenção e deportação de estrangeiros considerados prejudicais à segurança das comunidades norte-americanas ou que violam as leis da imigração e asseguram investigações ligadas à segurança nacional.

Entre os restantes países africanos lusófonos, destaca-se Cabo Verde, com 12 cidadãos deportados, enquanto a Guiné-Bissau conta quatro registos e Moçambique três.

Em 2024 foram deportados 271.484 estrangeiros para 192 países diferentes, incluindo 88.763 que tinham acusações ou condenações por atividades criminosas, 3.706 membros de gangues conhecidos ou suspeitos, 237 terroristas conhecidos ou suspeitos, e oito violadores dos direitos humanos, refere-se no relatório consultado pela Lusa.

Mais de 30% das pessoas expulsas tinham antecedentes criminais, com uma média de 5,63 condenações e/ou acusações por indivíduo, e muitos dos seus antecedentes criminais eram "extremamente graves", tendo sido identificados e detidos indivíduos que eram procurados nos seus países de origem por atividades terroristas e participação em atos de tortura.

Foram também efetuadas 113.431 detenções administrativas, incluindo 33.243 detenções em flagrante, e 32.608 detenções criminais e apreendidas mais de 725 toneladas de estupefacientes, mais de 886 milhões de dólares em moeda (850 milhões de euros) e outros bens derivados de atividades criminosas e aproximadamente 192 milhões de dólares em moeda virtual (184 milhões de euros). Foram também identificadas e/ou recuperadas 1.783 crianças vítimas de exploração.

O relatório destaca também os "intensos esforços diplomáticos" que resultaram num aumento do número de voos fretados para países do Hemisfério Oriental, incluindo o primeiro grande voo 'charter' de deportação para a República Popular da China desde 2018, bem como os que tiveram escala na Albânia, Angola, Egito, Geórgia, Gana, Guiné, Índia, Mauritânia, Roménia, Senegal, Tajiquistão e Uzbequistão.

A questão do repatriamento de estrangeiros pelos Estados Unidos voltou a estar na ordem do dia após o recém empossado Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado a sua intenção de deportar imigrantes ilegais.

  

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