
O exército ucraniano desmentiu esta sexta-feira afirmações do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que as suas tropas estavam cercadas pelo exército russo na região de Kursk.
"Não há qualquer ameaça de cerco das nossas unidades" na região russa de Kursk, disse o Estado-Maior do exército nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.
Segundo o Estado-Maior ucraniano, trata-se de informações "falsas (...) criadas pelos russos para fins políticos e para pressionar a Ucrânia e os seus parceiros".
O exército russo reivindicou a recuperação da cidade de Goncharovka, na região russa de Kursk, no mais recente exemplo dos rápidos avanços de Moscovo na zona, que está ocupada pelas forças ucranianas desde o verão de 2024.
O exército ucraniano disse que a situação não se alterou significativamente no último dia.
"As operações de combate na zona operacional do grupo de forças de Kursk continuam", acrescentou, também citado pela agência ucraniana Ukrinform.
Trump pede a Putin que poupe vida de "milhares de soldados ucranianos" cercados
A declaração surgiu poucas horas depois de Trump ter apelado ao homólogo russo, Vladimir Putin, para que poupasse a vida de "milhares de soldados ucranianos" que disse estarem cercados.
"Atualmente, milhares de soldados ucranianos estão completamente cercados pelo Exército russo , estão numa posição vulnerável e muito má. Pedi a Vladimir Putin que lhes poupasse a vida", escreveu Trump numa mensagem na sua rede Social Truth.
O exército ucraniano disse que as suas unidades se reagruparam, e se retiraram para linhas de defesa mais vantajosas, estando a desempenhar as tarefas que lhes foram atribuídas na região de Kursk.
"Os nossos soldados estão a repelir as ações ofensivas do inimigo e a infligir-lhe danos de fogo eficazes com todos os tipos de armas", disse o comando, acrescentando que ocorreram hoje "13 confrontos de combate" na região.
Os Estados Unidos apelaram a uma trégua o mais rapidamente possível e exerceram pressão sobre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que acabou por aceitar, na terça-feira, uma cessação das hostilidades por 30 dias, desde que a Rússia também cumpra.
Trump, que adotou muitas das posições da Rússia para grande desagrado de Kiev e da Europa, quer que Moscovo silencie rapidamente as armas, mas o Presidente russo, Vladimir Putin, parece estar a arrastar as coisas.
A posição de Putin tem em conta a situação no terreno, dado que as forças russas estão em vantagem na frente de Kursk, depois de terem recuperado território controlado pela Ucrânia nos últimos dias, segundo a AFP.