As federações Internacional e Europeia de Jornalistas (FIJ/FEJ) apelaram esta sexta-feira à proteção dos direitos de autor dos jornalistas face à ameaça da inteligência artificial (IA), para evitar "um apocalipse da informação".

"A democracia não é possível a menos que os membros do eleitorado tenham acesso a notícias confiáveis nas quais possam basear as suas decisões de voto" e "isso não pode acontecer sem um jornalismo ético e independente", afirmaram as duas federações num comunicado emitido em véspera do Dia da Propriedade Intelectual, que se assinala sábado.

As duas federações apontam como nova preocupação no ecossistema de informação os modelos de IA: "Desenvolvidos com recurso a trabalhos de autores humanos, muitas vezes sem consentimento ou compensação, estes sistemas geram conteúdos repletos de imprecisões e invenções", pelo que a FIJ e FEJ alertam que "o seu uso descontrolado ameaça a integridade do discurso público e representa um sério risco para o papel do jornalismo no apoio à tomada de decisões informadas e democráticas".

Por isso, as federações defendem que as leis que protegem os direitos dos autores devem agora ser reforçadas, reconhecendo a importância das bibliotecas e dos arquivos, mas sublinhando que quando estes disponibilizam obras 'online', de forma global, estão a agir como editores.

"Qualquer discussão sobre exceções aos direitos de autor deve ser equilibrada por medidas simultâneas para reforçar a defesa dos meios de subsistência e dos direitos morais dos jornalistas e outros trabalhadores criativos", alertam a FIJ e FEJ.

Por isso, é "da responsabilidade dos legisladores tomar medidas para evitar tal apocalipse informativo", avisam.