As autoridades finlandesas responsáveis pela investigação dos danos causados a vários cabos no mar Báltico encontraram a âncora suspeita de provocar estes danos, que associam ao navio Eagle S, suspeito de pertencer à chamada "frota fantasma" russa.
A rádio e televisão finlandesa Yle noticiou, nesta terça-feira que a âncora do Eagle S foi encontrada no fundo do mar com a ajuda de um navio de resgate do Exército sueco a níveis de profundidade de cerca de 80 metros.
"A âncora está agora na posse das autoridades finlandesas", segundo a estação, que detalhou que a investigação é da Polícia Criminal Finlandesa. O Eagle S, com pavilhão das Ilhas Cook, é suspeito de pertencer à chamada "frota fantasma russa" - uma expressão que designa os navios que transportam petróleo bruto e produtos petrolíferos russos -, recentemente alvo de sanções pelos 27 países da União Europeia (UE).
O que é a "frota-fantasma russa"?
Segundo o Ocidente, a chamada "frota-fantasma russa" é constituída por navios que transportam petróleo russo e contornam as sanções impostas a Moscovo na sequência da guerra contra a Ucrânia.
As primeiras investigações realizadas à âncora mostram que este instrumento naval ou a sua corrente terão provocado os danos nos cabos, segundo fontes policiais citadas pela agência finlandesa 'STT'.
"O facto de a âncora ter sido encontrada ao longo da rota do navio sugere que se trata da âncora deste navio específico", frisou Risto Lohi, inspetor-chefe da Polícia Criminal Finlandesa, ao 'STT', referindo-se ao Eagle S.
A Polícia Nacional Finlandesa explicou, nesta terça-feira, que a âncora tinha sido recuperada na segunda-feira.
Suspeita-se que este instrumento naval possa estar na origem dos danos sofridos em vários cabos de telecomunicações no mar Báltico e também no Estlink2 nos últimos dias de dezembro.
Dois destes cabos pertencem à empresa de telecomunicações Elisa Oyj, que na segunda-feira tinha anunciado a finalização das reparações nos cabos danificados.
As autoridades finlandesas estão atualmente a investigar intensamente o Eagle S.
Entre outras coisas, os investigadores finlandeses verificaram o estado técnico do navio, a extensa documentação, as questões ambientais e o estado da tripulação, segundo o 'STT'.
O cabo Estlink 2 ainda não foi reparado, mas a empresa Cinia, que opera um dos outros cabos danificados, o C-Lion 1 entre a Finlândia e a Alemanha, prevê que o cabo seja reparado até 10 de janeiro.
A UE considerou este incidente o mais recente numa "série que se suspeita serem ataques às infraestruturas críticas" do bloco comunitário.
- Com Lusa