A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) critica as negociações com o Governo e diz que as atualizações salariais para o setor deveriam ter sido inscritas no Orçamento do Estado. O sindicato exige ainda a substituição da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

A dirigente sindical entende que a FNAM foi "empurrada" para a greve que se inicia esta terça-feira depois de o Ministério da Saúde não ter respondido "aos problemas dos médicos" e enumera:

"Temos uma lista de espera cirúrgica a aumentar cada vez mais e cada vez mais temos mais utentes sem médicos de família e isto deve-se à falta, no fundo, de competência deste Ministério da Saúde de Ana Paula Martins em resolver a situação".

Por esse motivo, sublinha que o sindicato que lidera exige que a tutela seja chefiada "por alguém que perceba de saúde e sirva o SNS".

Deixa também claro que a Federação Nacional dos Médicos "não embarca numa negociação de fachada" e aponta que "não é sério" discutir a grelha salarial "só depois do Orçamento do Estado".

"Nós mantivemos esta greve de dois dias porque a grelha salarial devia estar discutida até à inscrição no Orçamento do Estado", reforça.

Os médicos iniciam esta terça-feira uma greve de dois dias para exigir melhores condições laborais, com a Federação Nacional dos Médicos a pedir um ministro que "perceba de saúde e que consiga servir o SNS".

A greve nacional ficará marcada por uma manifestação, durante a tarde desta terça-feira, junto ao Ministério da Saúde.

Entre as reivindicações da FNAM, que em julho cumpriu dois dias de greve geral, está ainda a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.