"A representante do Ministério da Saúde que esteve presente na reunião manifestou essa vontade, respondendo favoravelmente à nossa exigência de retomarmos as negociações", afirmou Joana Bordalo e Sá aos jornalistas, à saída da reunião com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), no Porto.
A Fnam reuniu-se hoje com a DGERT para iniciar a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, depois de interrompido o diálogo com o Ministério da Saúde, tutelado por Ana Paula Martins.
No encontro, marcaram presença um representante do Ministério da Saúde e um representante das Unidades Locais de Saúde (ULS) e dos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO).
Aos jornalistas, a presidente da Fnam adiantou ter sido agendada para 18 de fevereiro uma nova reunião com a DGERT.
"Vamos voltar à mesa no dia 18 de fevereiro para ouvir as propostas que entretanto têm sido discutidas em sede de mesa negocial e depois exigimos voltar à mesa negocial", assinalou.
Depois do encontro na DGERT, a Fnam espera voltar a reunir-se com o Ministério da Saúde para retomar as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho.
"As nossas soluções estarão em cima da mesa para revermos o nosso Acordo Coletivo de Trabalho com cláusulas e propostas reais e que tragam mais médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)", referiu.
Joana Bordalo e Sá detalhou ainda que a Fnam continuará a exigir uma revisão salarial "que seja séria", bem como a revisão da jornada de trabalho semanal, os médicos internos, as férias, a parentalidade e a formação.
"Vamos continuar a lutar por isso", assegurou.
A reunião hoje realizada acontece na sequencia do pedido enviado pela Fnam à DGERT no final de 2024, no qual a estrutura sindical alegou o incumprimento dos procedimentos de negociação coletiva por parte do Ministério da Saúde, por se recusar a prosseguir com as negociações.
A última reunião negocial ocorreu em 05 julho de 2024, com a ministério a remeter a discussão das tabelas salariais apenas para 2025 e a Fnam a exigir que essa negociação arrancasse ainda em 2024.
O Governo tem negociado com Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e as duas partes chegaram a um acordo assinado em 30 de dezembro, que prevê um aumento salarial médio de 10% até 2027.
A Fnam, que considerou este acordo uma traição aos médicos do SNS, vai reunir o seu Conselho Nacional no próximo sábado, no Porto, para decidir os próximos passos na "defesa dos direitos dos médicos e da salvaguarda do SNS", admitindo a realização de novas formas de luta.
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