"Este programa é para [apoiar] 15 mil jovens, estamos cientes dos desafios que a camada juvenil enfrenta, principalmente raparigas e mulheres jovens que são vítimas do terrorismo nesta zona do país, a cada dia", disse hoje à comunicação social, Farouk Simango, diretor daquela organização juvenil sem fins lucrativos, que atua em todo o país na área de saúde sexual e reprodutiva.
A formação resulta de uma iniciativa do Governo de Moçambique, com o apoio técnico e financeiro do Fundo das Nações Unidas para População (UNFPA), no âmbito do Programa Geração Biz, para viabilizar vários programas de caráter social e a gestão de casos com intervenientes humanitários de desenvolvimento e de paz naquela província, afetada nos últimos sete anos por ataques de grupos de terroristas.
"Nesta metodologia que nós usamos de mentoria, cada menina deve trabalhar com trinta raparigas da sua comunidade, raparigas que estejam em situações de vulnerabilidade", referiu Farouk Simango.
Segundo a associação, esta formação, focada no distrito de Mocímboa da Praia, visa permitir às mentoras uma compreensão "mais profunda e prática das ferramentas e abordagens que podem ser incorporadas no seu trabalho", em temas de redução de risco de Violência Baseada no Género (VBG), definição de canais de denúncia, saúde sexual e reprodutiva e direitos reprodutivos, prevenção do HIV/Sida, saúde mental e apoio psicossocial.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
Desde o início de agosto, diferentes fontes no terreno, incluindo a força local, têm relatado confrontos intensos entre a missão militar conjunta e os insurgentes nas matas do posto administrativo de Mucojo (Macomia), envolvendo helicópteros, blindados e homens fortemente armados, com relatos de tiroteios em locais considerados como esconderijos destes grupos.
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