Um fotojornalista palestiniano foi morto a tiro, esta quarta-feira, pelo Exército israelita, enquanto trabalhava no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, anunciaram as autoridades do enclave governado pelo movimento islamita Hamas.
Mohamed al Tanani, que trabalha para o canal Al Aqsa -- controlado pelo Hamas -- estava com outros jornalistas na passagem de Abu Sharj, em Jabalia, quando um atirador israelita disparou sobre ele, segundo os meios de comunicação palestinianos.
Também os jornalistas Tamer Labad e Fadi al Wheidi, este último da estação catari Al Jazeera, ficaram feridos no incêndio que os meios de comunicação locais atribuíram a um 'drone'. Ambos foram transportados para o hospital.
A incursão israelita em Jabalia
Todos estes profissionais estavam no campo de refugiados de Jabalia, onde o Exército israelita mantém uma incursão terrestre e intensos bombardeamentos com o objetivo de eliminar os milicianos do Hamas que estão a tentar reagrupar-se na zona.
Em cinco dias de ofensiva, o Exército israelita matou cerca de 125 pessoas em Jabalia, referiu hoje o Governo de Gaza, controlado pelo Hamas.
"O número de jornalistas mortos ascende a 176 desde o início da guerra de genocídio na Faixa de Gaza", frisou ainda o Governo de Gaza, num comunicado. Esta contagem inclui jornalistas e outro tipo de repórteres, como 'influencers'.
As autoridades de Gaza voltaram a apelar à comunidade internacional e aos envolvidos no trabalho jornalístico para dissuadirem Israel da sua atividade, bem como para pressionarem o Estado judeu a "deter o genocídio e o assassinato de jornalistas palestinianos".
A guerra em Gaza
A guerra de Gaza, que eclodiu a 7 de outubro, é o conflito mais mortífero para os jornalistas, de acordo com o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), sediado em Nova Iorque, que até hoje registou a morte de pelo menos 128 trabalhadores da comunicação social e a detenção de outros 69.
A ofensiva israelita em Gaza "matou mais jornalistas num ano do que qualquer outro conflito documentado pelo CPJ", destaca este organismo no seu 'site'.
O número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassou os 42 mil, a maioria mulheres e crianças, adiantou, num comunicado, o Ministério da Saúde local, tutelado pelo grupo extremista palestiniano Hamas, que controla o enclave desde 2007.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas. O conflito em Gaza tem desestabilizado toda a região do Médio Oriente.