
O Presidente francês Emmanuel Macron disse esta semana que o reconhecimento do Estado palestiniano pela França pode ocorrer no próximo mês de junho, durante uma conferência que copresidirá com a Arábia Saudita nas Nações Unidas, em Nova Iorque.
"Devemos caminhar para o reconhecimento [do Estado palestiniano] e é assim que avançaremos nos próximos meses", declarou o presidente francês numa entrevista no programa "C'est à vous", da France 5.
"O nosso objetivo é presidir a esta conferência com a Arábia Saudita algures em junho, onde poderemos finalizar o processo de reconhecimento mútuo por vários países", acrescentou.
A conferência tem como objetivo criar um Estado palestiniano. Os apelos a uma "solução de dois Estados", com os palestinianos ao lado de Israel, intensificaram-se desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023.
O anúncio de Macron foi saudado como um passo na direção certa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Varsen Aghabekian Shahin.
"Este tipo de ação não vai trazer paz, segurança ou estabilidade"
Já do lado de Israel a notícia não foi recebida da mesma forma. O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, criticou as intenções de França e considerou que será uma recompensa ao terrorismo.
Saar escreveu nas redes sociais que o reconhecimento unilateral de um "Estado palestiniano fictício" é uma recompensa para o terrorismo e um "impulso para o Hamas", referindo-se ao movimento islamita que atacou Israel em 07 de outubro de 2023, matando mais de 1.200 pessoas e raptando mais de duas centenas.
"Este tipo de ação não vai trazer paz, segurança ou estabilidade à nossa região", acrescentou.
Cerca de 150 países já reconhecem o Estado palestiniano. Em maio de 2024, a Irlanda, a Noruega e a Espanha tomaram a mesma posição, seguidas pela Eslovénia em junho.
No entanto, a solução dos dois Estados continua a ser rejeitada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Com Lusa