O reitor da Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, comparou hoje o Papa Francisco à figura do bom pastor, que procurou "dar um novo rosto da Igreja ao mundo de hoje".

"Penso que o Papa Francisco encarnou na sua vida precisamente essa figura do bom pastor, sucessor de São Pedro", procurando "dar um novo rosto da Igreja ao mundo de hoje, mostrando que a igreja precisa de ser reconstruída", que "se renova, nunca deixando ninguém de fora", afirmou Agostinho Borges, à agência Lusa.

Francisco, que morreu hoje, quis uma "igreja de portas abertas, onde entram os mais esfarrapados", onde "entramos todos e onde todos temos um lugar".

Agostinho Borges, que dirige há 29 anos a igreja portuguesa de Roma, destino de peregrinos nacionais e espaço de representação do Estado português na Santa Sé, compara Francisco com os seus antecessores e reconhece diferenças.

"Quando um papa morre, fica sempre um testamento espiritual, que não é só para a Igreja, mas também para o mundo", salientou o sacerdote.

Francisco foi um homem "que tentou lançar pontes, que alertou a sociedade para aqueles que eram os menos protegidos, através da atenção aos imigrantes, com atenção ao mundo e à natureza".

Sobre o seu sucessor, Agostinho Borges considera que os cardeais eleitores vão escolher alguém que não será badalado na comunicação social", esperando que o futuro Papa seja "o que Deus quiser".

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

O Papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.