"O que me levou a estar aqui é a necessidade de estreitar relações e a cooperação entre os dois países, mas, principalmente, entre os partidos, e também pedir apoios aos nossos irmãos angolanos, em especial ao MPLA, para este processo eleitoral que se avizinha. Vamos ter eleições a 09 de outubro e precisamos de vencer e vencer bem, e unidos vamos conseguir vencer", disse Daniel Chapo aos jornalistas depois de se reunir com a direção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder).
Chapo salientou que tem estado a receber o apoio "moral e espiritual" dos "camaradas" das diferentes estruturas do MPLA, o que vai ajudar a "galvanizar o eleitorado" quando chegar a campanha.
O líder da Frelimo lembrou que os partidos nasceram juntos e ambos lutaram pelas suas independências, conquistadas no mesmo ano, a de Moçambique a 25 de junho e Angola a 11 de novembro de 1975.
"Somos partidos irmãos, nascemos juntos, lutámos juntos pela liberdade e independência das nossas pátrias e foi assim que alcançámos as nossas independências", disse o dirigente da Frelimo, lembrando que ambos os países atravessaram também períodos de guerra no pós independência, e alcançaram processos de paz na mesma altura.
"Por isso, quando temos processos eleitorais somos partidos que temos sempre nos unido, por forma a que, com esforços conjuntos, possamos alcançar as nossas vitórias", destacou o político.
"Quando há eleições [em Angola], a Frelimo tem estado cá, com o MPLA, e quando há eleições em Moçambique, o MPLA tem também estado com a Frelimo", prosseguiu Chapo, designando os dois partidos como "libertadores".
Daniel Chapo foi recebido hoje de manhã pelo Presidente da República, João Lourenço, também presidente do MPLA, com que abordou aspetos ligados ao desenvolvimento de Angola e de Moçambique e a cooperação entre os dois países, e de quem recebeu também "garantia de apoio espiritual, moral".
O candidato afirmou que a Frelimo "não é um partido de prometer e sim de fazer" e que o objetivo do partido é continuar a respeitar os ideais de independência, soberania, integridade territorial, contribuindo para o aumento da autoestima e valores patrióticos para a juventude.
"Para o futuro, temos de continuar a lutar pela independência económica dos nossos países e continuar a desenvolver os nossos países, combater a fome, a miséria, atrair mais investimentos, gerar renda", elencou.
O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique aprovou quatro candidaturas para o cargo de Presidente da República nas eleições de 09 de outubro, de um total de 11 submetidas ao órgão: Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pela Coligação Aliança Democrática (CAD), que congrega nove formações políticas.
As eleições gerais, incluem presidenciais, às quais já não concorre o atual Presidente, Filipe Nyusi, por ter atingido o limite de dois mandatos previsto na Constituição, depois de ter sido eleito em 2015 e em 2019.
As eleições presidenciais decorrem em simultâneo com as legislativas e eleições dos governadores e das assembleias provinciais.
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