Em declarações à rádio Renascença - depois de a notícia ter sido avançada ao início da tarde pela SIC - o chefe do Estado-Maior da Armada afirmou que tenciona "passar à reserva" assim que terminar as suas funções à frente do ramo.
O mandato do almirante Henrique Gouveia e Melo termina no próximo dia 27 de dezembro e fontes militares já tinham adiantado à Lusa, em novembro, que o chefe da Armada estava indisponível para se manter no cargo, tendo transmitido esta decisão ao Conselho do Almirantado.
Interrogado sobre se passará à reserva logo no dia 28, Gouveia e Melo respondeu: "Não sou eu que determino exatamente o dia em que termino as minhas funções. Em princípio, o meu mandato de três anos acaba no dia 27 de dezembro, e depois de terminar o meu mandato, claramente, passarei à reserva".
Nestas declarações à Renascença, Gouveia e Melo disse não ver "nenhuma utilidade em continuar no ativo".
"Continuar no ativo retira-me alguma liberdade nos meus direitos cívicos e, portanto, não vejo necessidade de continuar no ativo", afirmou.
Questionado sobre se tal significa que já decidiu avançar com uma candidatura à Presidência da República, em 2026, Gouveia e Melo negou.
"Não significa nada disso, e eu sobre esse assunto, mais uma vez, digo que não falo sobre esse assunto enquanto estiver no ativo. A única coisa que digo é que passarei à reserva. Faz parte da minha carreira, e no fim de terminar a minha carreira é natural que passe à reserva", sublinhou.
No final de novembro, o almirante Gouveia e Melo comunicou ao Conselho do Almirantado a sua indisponibilidade para continuar mais dois anos na chefia do Estado-Maior da Armada, terminando o mandato em dezembro, disseram à Lusa fontes militares.
O nome de Henrique Gouveia e Melo tem surgido como um dos potenciais candidatos às eleições presidenciais de janeiro de 2026.
Henrique Gouveia e Melo, que coordenou a equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, tomou posse como chefe do Estado-Maior da Armada em 27 de dezembro de 2021, e está prestes a cumprir os três anos de mandato.
Nos termos da Constituição, compete ao Presidente da República nomear e exonerar, sob proposta do Governo, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armada (CEMGFA) e os chefes dos três ramos militares.
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