Realizado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o investimento vai permitir a criação de mais camas de cuidados continuados, camas de saúde mental e respostas domiciliárias, disse aos jornalistas a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, no final da cerimónia de assinatura dos contratos, em Lisboa, que contou com a presença do ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida. 

"O dia de hoje é de facto muito importante porque temos uma verba muito importante no PRR para executar, mas, além do mais, temos é que dar respostas aos cidadãos", defendeu a governante.

A maior parte dos lugares na rede vão ser criados nas regiões Norte (1.179) e Centro (1.617), seguido do Algarve (56) e da região Oeste e Vale do Tejo (56).

Questionada sobre a razão de Lisboa e Vale do Tejo, uma das regiões mais carenciada a nível de camas de cuidados continuados, ter o número mais reduzido de lugares atribuído, a governante explicou que houve menos candidaturas nesta região, o que tem a ver "com o custo do espaço, o custo dos imóveis e o custo da construção".

"Mas ainda temos espaço para abrir mais candidaturas e, portanto, vamos tentar, junto de operadores que têm capacidade para dar essa resposta na região de Lisboa e Vale do Tejo", salientou.

Cristina Vaz Tomé referiu que alguns operadores não tiveram conhecimento do aviso para investimentos na RNCCI, que esteve aberto de 12 de dezembro de 2024 a 14 de fevereiro, mas manifestara disponibilidade para abrir mais camas nesta região.

"Conto que, com o novo aviso e, de facto, com essa possibilidade, de haver essa resposta na região de Lisboa e Vale do Tejo", salientou.

Na cerimónia, o ministro afirmou que os 90 contratos assinados são "sensivelmente metade como o setor privado e metade como setor social".

"O Estado delega, responsabiliza e apoia o setor privado e o setor social para tratar esta operação muito delicada que é cuidar dos muito doentes, em alguns casos, na fase terminal das suas vidas", realçou Manuel Castro Almeida.

O ministro recordou que, com a última reprogramação do PRR, a verba destinada à saúde subiu de cerca de 1.700 milhões de euros para 2.025 milhões de euros, dos quais 235 milhões de euros estão destinados à rede de cuidados continuados integrados e paliativos.

À margem da cerimónia, o ministro afirmou que o facto de o Governo estar a assinar contratos com instituições de solidariedade social e entidades privadas para financiar obras pode suscitar "alguma polémica" por o Governo estar em gestão, mas assegurou que, "com críticas ou sem críticas, o PRR é para cumprir".

"Os prazos têm que ser cumpridos. Não podemos parar. E nós estamos a trabalhar para os idosos que precisam de unidades de cuidados continuados. E se não trabalharmos, se não fizermos isso agora, durante o período do Governo de gestão, as camas não ficarão prontas no dia 30 de junho de 2026, como é necessário. E, portanto, temos que fazer o que é necessário. Se houver críticas, cá estamos para as suportar e para as explicar", salientou.

O ministro acrescentou que "a determinação do Governo é não abrandar o ritmo de execução do PRR", sublinhando que serão assinados mais 800 contratos nas próximas semanas, em diferentes áreas.

"Quem está em gestão é o Governo, não é a Administração Pública, que tem que continuar a trabalhar. Por outro lado, temos o conforto do senhor Presidente da República, que, quando dissolveu a Assembleia da República, fez notar que, para efeitos de execução dos fundos europeus, o Governo deveria comportar-se como se não estivesse em gestão. E nós assim fazemos", declarou.

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