“Ao longo deste ano, aquilo que assistimos foi a um Governo do PSD/CDS que discriminou a Madeira e que não foi, sequer, capaz de dar continuidade a projetos que haviam sido iniciados pelo anterior executivo do PS, que se revelariam de grande importância para a Região”. Quem o afirma é o cabeça de lista do PS-Madeira às eleições legislativas nacionais de 18 de Maio, reagindo às declarações da candidatura da coligação PSD/CDS, que ontem afirmou que a AD fez mais em meses do que o PS numa década.

Em tom crítico, Emanuel Câmara condenou a postura do actual Governo da República, que “deixou a Madeira para trás em vários momentos, num claro desrespeito pelos portugueses que vivem nas ilhas”.

O socialista lembra o facto de o executivo PSD/CDS ter deixado a Madeira de fora das verbas do Fundo de Coesão para fazer face aos prejuízos dos incêndios. “Dos 500 milhões de euros que o Estado recebeu, quanto é que veio para a nossa Região, que também sofreu com os fogos de agosto do ano passado? Onde estavam os deputados eleitos pelo PSD-Madeira, que baixaram a cabeça e nada disseram perante este tratamento desigual?”, pergunta.

Do mesmo modo, Emanuel Câmara pergunta “o que estavam os deputados do PSD a fazer” quando o Governo de Montenegro decidiu não incluir a Madeira no anunciado reforço de verbas destinado à duplicação da construção de habitação pública. Isto quando, recorda, ao contrário, o Governo do PS havia duplicado as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para a Região.

Por outro lado, o socialista não deixa também de lembrar o facto de o Governo do PS na República ter aprovado um novo modelo de financiamento das instituições do ensino superior, que possibilitou a assinatura de um novo contrato-programa para um consequente aumento das verbas para a Universidade da Madeira, lamentando que, poucos meses depois, o actual ministro da Educação, Ciência e Inovação tenha vindo à Região dizer que a instituição deve procurar outras fontes de financiamento.

Entre as críticas apontadas, Emanuel Câmara inclui também o facto de, apesar da disponibilidade manifestada pelo Governo do PS, os actuais executivos da República e Regional – ambos da mesma cor – não terem sido capazes de dar prosseguimento ao processo de cedência do edifício do antigo Centro Educativo da Madeira, para acolher uma Comunidade Terapêutica na Região.

O cabeça-de-lista do PS pergunta igualmente pelo cumprimento da promessa do PSD de fazer com que os madeirenses não tenham de pagar o valor total das viagens aéreas e submeter-se à burocracia dos reembolsos. Na prática, acrescenta, "as mudanças operadas não passaram de migalhas e não vêm solucionar o problema".

“Onde está o sentido autonomista deste governo? E onde têm estado os deputados eleitos pelo PSD-Madeira?”, insiste o socialista, frisando a necessidade de, a 18 de Maio, os madeirenses elegerem deputados que, efectivamente, lutem pelos interesses da Madeira e do Porto Santo.

Por oposição, Emanuel Câmara realça as várias conquistas alcançadas com os governos do PS, salientando a aprovação do projecto do novo hospital como Projeto de Interesse Comum e a respetiva comparticipação em 50% pela República.

O socialista destaca também a transferência das verbas dos Jogos da Santa Casa para a Madeira, assim como os progressivos aumentos do salário mínimo, das pensões e dos apoios sociais, medidas que têm igualmente impacto na Região.