O Governo subiu a proposta para a base remuneratória da administração pública para o valor de 875 euros já no próximo ano, anunciou esta quarta-feira o Ministério das Finanças. A FESAP considera a proposta "insuficiente". As negociações com os sindicatos continuam na sexta-feira.

A segunda ronda negocial com os sindicatos da administração pública - Frente Sindical, Frente Comum e FESAP - realizou-se esta quarta-feira no Ministério das Finanças. Em comunicado, o Ministério assinala que houve uma "evolução de propostas" por parte do Governo e considera que as reuniões "foram um passo importante" nas negociações.

Nesta ronda, o Executivo subiu a proposta para a Base Remuneratória da Administração Pública para o valor de 875 euros, já para 2025.

Além disso, diz que aceitou rever as carreiras não revistas relativas aos administradores hospitalares, ainda este ano, e aos técnicos superiores de saúde a partir de 2025.

"Relativamente às restantes [carreiras] , o Governo está ainda a analisar as mesmas", acrescenta.

O Governo e os sindicatos voltam a reunir na sexta-feira, 18 de outubro.

Atualmente, o salário mínimo nacional é 820 euros e a base remuneratória da administração pública (vulgarmente conhecida por salário mínimo do Estado) é de 821,83 euros.

Deste modo, com a nova proposta apresentada, a atualização de 821,83 euros brutos para 875 euros brutos no próximo ano representa uma subida de 6,47% (mais 53,17 euros), ficando ligeiramente acima do aumento definido para o salário mínimo nacional (6,1%).

O Governo "mantém os 52 euros com [um mínimo] 2%" para a atualização geral dos salários da administração pública e avançou "com uma proposta de aumento da base remuneratória de 4,5 euros em relação à proposta que apresentou anteriormente, passando para os 875 euros", afirmou Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, à saída da reunião.

Fesap diz que proposta de subida do salário mínimo do Estado "é insuficiente"

A FESAP considera que a proposta do Governo para subida da base remuneratória da administração pública em 2025 é "manifestamente insuficiente" e diz ser "incompreensível" que não haja "qualquer alteração" nas ajudas de custo e no subsídio de alimentação.

À saída da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, em Lisboa, o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (FESAP) diz que "há condições para ir mais além".

Com Lusa