O Governo não vai indicar o nome de Mário Centeno para um novo mandato como Governador do Banco de Portugal. A SIC sabe que o nome do atual governador está fora de questão para um segundo mandato à frente do banco central. Oficialmente o Governo não comenta, diz que essa é uma discussão extemporânea.
Após a SIC avançar com a notícia, o ministro das Finanças disse que a decisão de recondução de Mário Centeno só vai ser tomada no final do mandato e garante que nunca falou com o primeiro-ministro sobre a recondução.
Para Bernardo Ferrão, da SIC, esta é uma "decisão política", até porque não é novidade a "relação muito tensa" entre o governador do Banco de Portugal e o Governo.
"O que tem acontecido é uma acusação quase permanente da parte da direita e do Governo que o governador está a usar o seu cargo para fazer combate político contra o Governo", referiu Bernardo Ferrão.
Esta quarta-feira, Mário Centeno tinha dito, em entrevista à RTP, que queria fazer um segundo mandato como Governador, tendo afastado a hipótese de ser candidato à Presidência da República.
E se não vai ser reconduzido para segundo mandato no Banco de Portugal, nem candidato às presidenciais de 2026, "o que irá fazer, agora, Mário Centeno?", é a questão levantada por José Gomes Ferreira, da SIC.
"Será que está a pensar num cargo europeu, como por exemplo substituir Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE)?", sugeriu o jornalista.
O atual responsável máximo do Banco de Portugal tinha sido nomeado no ano 2020 e o mandato de cinco anos termina em junho deste ano.
Mário Centeno pode assim participar na última reunião de Governadores de bancos centrais da área do Euro esta primavera.
A nomeação do governador e demais administradores é feita por resolução do Conselho de Ministros, por proposta do ministro das Finanças, após parecer da Assembleia da República.
"Não vou ser candidato a Presidente da República"
O antigo ministro das Finanças está fora da corrida a Belém, tendo sido o próprio a anunciar, esta quarta-feira, em entrevista à RTP3.
"Não vou ser candidato à Presidência. Não vou apresentar nenhuma candidatura. Não está no meu horizonte que isso aconteça. É uma decisão pessoal tomada dentro do meu círculo pessoal", declarou.
E se Centeno sai "da luta das Presidenciais, abre caminho à esquerda para António José Seguro, o antigo secretário-geral do partido que, depois de dez anos de silêncio, agora voltou em força e com vontade de se apresentar nesta corrida", diz Martim Silva, da SIC.