"O mais importante é desenvolver o diálogo. Desenvolver de forma pacífica o processo de fraternidade, reunião entre todos os [intervenientes]. (...) Este processo de diálogo, este processo democrático (...) é uma chave que pode levar a mais estabilidade, desenvolvimento, prosperidade de Moçambique e do povo moçambicano", disse aos jornalistas Mohamed Sidati, ministro dos Negócios Estrangeiros da RASD, após um encontro com o chefe de Estado de Moçambique, Daniel Chapo, em Maputo.

O governante assinalou as boas relações de amizade, solidariedade e cooperação com Moçambique, com quem a República Árabe Sarauí Democrática partilha relações "forjadas na história e na luta comum contra o colonialismo".

"Queremos expressar os nossos desejos de reforçar essa relação de cooperação, de amizade e solidariedade, sobretudo desejar ao povo de Moçambique mais estabilidade", referiu o chefe da diplomacia sarauí.

Com uma vasta extensão desértica de 266.000 quilómetros quadrados, localizado ao norte da Mauritânia, o Saara Ocidental é o último território do continente africano cujo estatuto pós-colonial não está definido. Marrocos controla mais de 80% no oeste, a Frente Polisário menos de 20% a leste, todos separados por um muro de areia e uma zona tampão sob o controlo das forças de manutenção da paz da ONU.

Daniel Chapo foi investido, na quarta-feira, como quinto Presidente da República de Moçambique.

A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane -- candidato presidencial que, segundo o Conselho Constitucional, obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória -- a exigirem a "reposição da verdade eleitoral", com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que já provocaram mais de 300 mortos e cerca de 600 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

 

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