"Vinte e cinco das maiores escolas estão encerradas no distrito do Porto", afirmou à agência Lusa Lurdes Ribeiro, da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, apontando como exemplos as escolas secundárias Fontes Pereira de Melo, Clara de Resende, Viso, Paranhos, Aurélia de Sousa e Alexandre Herculano e as escolas básicas Ramalho Ortigão e Nicolau Nasoni.
No que respeita aos serviços de Finanças, a dirigente sindical diz serem várias as repartições encerradas -- entre as quais Gaia, Amarante e Porto 3 -- enquanto nos registos e notariados na região Norte a adesão atinge os 80%, estando "em muitos casos só a trabalhar os conservadores".
Na área da saúde, Lurdes Ribeiro afirma que os centros de saúde estão "com muitas dificuldades de funcionamento", enquanto "no Hospital de Gaia está quase tudo a funcionar só com serviços mínimos, desde o raio x à pneumologia e à cirurgia homens e mulheres" e no Hospital de Santo António, no Porto, a adesão "ronda os 80 a 90%".
Contactada pela Lusa, fonte do Santo António apontou, contudo, uma adesão geral na ordem dos 26%, destacando que "a greve afetou sobretudo as cirurgias programadas", onde "basta faltar uma pessoa numa equipa" para a intervenção ter que ser cancelada.
Relativamente às consultas, aquela fonte hospitalar disse que, durante a manhã, "em 1.855 consultas só não se realizaram 132", sendo que no Centro Materno-Infantil do Norte e no Hospital Joaquim Urbano (que integram o centro hospitalar de Santo António) não houve qualquer cancelamento.
Quanto ao Hospital de S. João, fonte oficial remeteu a Lusa para o Ministério da Saúde, onde estão a ser centralizados todos os dados de adesão à greve.
De acordo com a dirigente sindical Lurdes Ribeiro, os efeitos da greve no Porto sentiram-se ainda nos serviços da Segurança Social, com a tesouraria das instalações de Miguel Bombarda encerrada e o atendimento a contar com apenas dois dos 12 funcionários, enquanto nas instalações de António Patrícia a adesão rondava os 50% às 10:00.
Em declarações à agência Lusa, José Abraão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública, afirmou não querer "discutir os números" da adesão, salientando que "o relevante na greve são as consequências que tem na alteração da vida pública e dos utentes dos serviços públicos".
"E essa alteração é, de facto, muito relevante", sustentou, atribuindo o descontentamento dos grevistas ao "ambiente que se foi instalando nos serviços públicos e a toda a estratégia do Governo para tentar desmontar a greve".
Convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, a greve teve início às 20:00 de quinta-feira e prolonga-se até às 24:00 de hoje, abrangendo todos os setores da função pública, desde a educação à saúde e serviços municipais e autárquicos.
Em causa estão os cortes salariais, o horário semanal de 40 horas e a lei da requalificação que tem afetado funcionários públicos.
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